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ONU revela que mudança climática ameaça segurança sanitária mundial

03 de novembro de 2014

As propagações, nos últimos anos, de doenças infeciosas como a malária, a chicungunha e mesmo o Ébola são exemplos de como a mudança climática ameaça a segurança sanitária mundial, referiu a ONU, segundo a “Lusa”.

O diretor executivo do Conselho de Administração do Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Meio Ambiente, Achim Steiner, revelou que «a mudança climática afeta as temperaturas e as condições climáticas das regiões, pelo que, por exemplo, em África, os mosquitos podem propagarem-se de uma região para outra com mais facilidade que antes, tal como na América latina».

Steiner, em declarações à “EFE” na véspera da apresentação da última parte do Quinto Relatório de Avaliação, elaborado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), acrescentou que «em muitas partes do mundo se verá o regresso ou a chegada de doenças que simplesmente não se tinham reportado antes, devido às altas temperaturas».

O responsável salientou que tal afetará a «infraestrutura sanitária e o sistema de saúde e, em última instância, a saúde e o bem-estar de cada uma das populações do planeta».

Por isso, a comunidade científica ambiental está a estreitar laços com os organismos sanitários a nível global e Steiner referiu-se à reunião da Organização Mundial de Saúde, em Genebra, Suíça, há meses.

«A conclusão foi a de que o tratado climático que é assinado em Paris também será um acordo para a saúde global, porque, claramente, há uma conexão muito direta entre as mudanças ambientais que resultam do aquecimento global e as grandes ameaças à saúde».

Outro efeito na saúde da mudança climática é a contaminação, uma vez que a «emissão de dióxido de carbono e outro contaminante causam agora a morte prematura de aproximadamente sete milhões de pessoas no mundo em cada ano».

«Esse registo é maior do que o número de mortes prematuras por VIH/sida e a malária», referiu Achim Steiner, que preconiza a implementação de políticas ambientais.

No seu entender, «há grandes economias como o Brasil que tomaram medidas significativas para resolver as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa, neste caso o dióxido de carbono».

«O Brasil tem ajudado muito para reduzir o desmatamento, que é, talvez, um dos passos mais importantes», disse, elogiando a Nicarágua pela «incorporação de tecnologias de energias renováveis para gerar eletricidade».