Oposição venezuelana quer declarar “crise humanitária” por falta de medicamentos 26 de Janeiro de 2016 O partido Um Novo Tempo (UNT) pediu ao parlamento venezuelano, de maioria opositora, que declare o estado de “crise humanitária” devido à falta de medicamentos e que seja criada uma comissão parlamentar para encontrar soluções para esta situação. O pedido foi feito em Caracas pelo secretário do UNT, Carlos Valero, durante uma conferência de imprensa em que participou também o presidente da Federação Farmacêutica de Venezuela (FFV), Freddy Ceballos. Segundo Carlos Valero, apesar de nos últimos anos a Venezuela ter registado elevadas receitas provenientes de petróleo, regista escassez até em medicamentos que a Organização Mundial da Saúde considera de «acesso obrigatório, incluindo em condições de guerra». «Em cada dez medicamentos que os venezuelanos procuram, apenas podem conseguir dois. Em janeiro (de 2016) havia apenas sete milhões de unidades de medicamentos nas “drogarias” (farmácias do país), quando deveria haver 45 milhões», disse, vincando que existem falhas inclusive em materiais para exames de sangue rotineiros. Por outro lado, o presidente da FFV, Freddy Ceballos, explicou aos jornalistas que na Venezuela «há uma situação nunca antes vista». «Há 80% de falhas no abastecimento de medicamentos. Não se conseguem medicamentos para diversas terapias. Antes, quando as falhas eram de 15%, havia alerta no grémio farmacêutico, mas a situação de agora é muito grave e mais ainda se o Governo não toma medidas», disse. Segundo aquele responsável, há «pacientes que estão a morrer, lamentavelmente, pela falta de medicamentos, e não há matéria-prima porque o Estado não aceita o que acontece no país». «Evidentemente, temos de denunciar o que está acontecendo», enfatizou. Por outro lado, explicou que a Venezuela deve quatro mil milhões de dólares ao setor farmacêutico, por conceito de importações. |