Ordem diz que faltam cinco mil enfermeiros na região Centro 03 de Novembro de 2015 A presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros (SRC-OE), Isabel Oliveira, disse ontem que faltam cinco mil destes profissionais na região.
«Haverá mais de cinco mil enfermeiros em falta» na região Centro nos diversos serviços de hospitais, cuidados de saúde primários ou na rede de cuidados continuados, disse à agência “Lusa” a presidente da SRC-OE, Isabel Oliveira, que faz a estimativa de acordo com os rácios da Organização e Desenvolvimento Económico (OCDE) e com os vários levantamentos que a Ordem tem feito.
Para Isabel Oliveira, «não há políticas de contratação», apesar de os enfermeiros não estarem «em número suficiente» para garantir qualidade do serviço.
Para além desse aspeto, a presidente da SRC-OE destacou as fracas condições de trabalho e «a carga excessiva» de horário de trabalho destes profissionais de saúde, que leva a «descontentamento e desmotivação».
«As condições de trabalho pioraram e isso tem reflexo na prestação nos cuidados de saúde», constatou, apontando ainda para os «salários mais magros» e o não reconhecimento das qualificações profissionais e habilitações académicas dos enfermeiros, «quando comparado com outros profissionais de saúde».
Isabel Oliveira falava à agência “Lusa” após um encontro com enfermeiros do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), enquanto recandidata à SRC-OE, juntamente com o candidato a bastonário da Ordem, José Carlos Gomes.
Segundo Isabel Oliveira, os objetivos para os próximos quatro anos passam por investir no acompanhamento a serviços da região Centro, procurar melhorar as condições de trabalho, bem como aproximar os enfermeiros da Ordem.
O candidato a bastonário da OE José Carlos Gomes foi ao encontro das declarações de Isabel de Oliveira, considerando fundamental a «garantia da qualidade dos cuidados de enfermagem e a garantia das condições de trabalho», propondo também uma alteração «na forma como se financia o sistema».
José Carlos Gomes propõe a alteração de um financiamento do sistema de saúde que é feito por atos – «como um ato cirúrgico, um internamento ou a administração de medicação» -, para um modelo que financie «de acordo com resultados em saúde».
«Tem de se mudar o paradigma. É um caminho necessário para garantir melhores cuidados de saúde e também a sustentabilidade do próprio sistema de saúde», salientou.
As eleições para a Ordem dos Enfermeiros realizam-se no dia 15 de dezembro.
|