Ordem dos Enfermeiros quer redução de camas no Centro Hospitalar Tondela Viseu 342

Ordem dos Enfermeiros quer redução de camas no Centro Hospitalar Tondela Viseu

31 de julho de 2014

A Ordem dos Enfermeiros (OE) defendeu ontem a redução de camas no Centro Hospitalar Tondela Viseu, onde considera faltarem, «no mínimo», 70 profissionais de enfermagem.

Em comunicado, a OE fala na «grave carência de profissionais» e exige que as camas sejam reduzidas «enquanto não se fizerem as contratações adequadas», de forma a não por em causa a segurança dos cuidados prestados.

«Não é possível prestar cuidados com falta de enfermeiros sem lesar as populações», considerou o bastonário da OE, Germano Couto, que deu um prazo até ao final de agosto para a administração e o Ministério da Saúde resolverem esta situação.

Contactado pela agência “Lusa”, o conselho de administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu optou por, para já, não prestar declarações sobre o assunto.

A OE referiu que, em junho, uma representação liderada por Germano Couto fez visitas institucionais a vários serviços e «a situação encontrada foi de não preenchimento da maioria dos requisitos considerados necessários ao seu funcionamento».

Na opinião do bastonário, «ou são contratados enfermeiros ou o hospital terá de abater camas de internamento, para as adequar ao número de profissionais de que dispõe».

Num dos serviços visitados – exemplificou -, «registava-se uma falta efetiva de 24 enfermeiros, numa dotação que deveria atingir os 61».

«No total dos três serviços visitados naquele centro hospitalar a carência efetiva ascende aos 43 profissionais», acrescentou.

Segundo o Germano Couto, a carência de enfermeiros «verifica-se na generalidade das instituições de saúde do país e reforçar o seu número melhora o desempenho do Serviço Nacional de Saúde» e leva a poupanças, porque cidadãos que recebem «cuidados de enfermagem sólidos» adoecem menos.

«A tutela deverá preocupar-se com o custo/efeito dos cuidados de saúde. Contrariamente ao que tem sido feito, a preocupação deve ser a longo prazo e não no imediato. Cortar nas despesas hoje, de forma arbitrária, pode significar gastar mais amanhã», alertou.