A Ordem dos Médicos (OM) apela ao Ministério da Saúde e à Direção-Executiva do SNS para encontrarem soluções para fazer face ao encerramento dos serviços urgências no mês de agosto e setembro, de forma a evitar situações que coloquem em causa a qualidade dos cuidados de saúde prestados e a segurança das pessoas que recorrem a esses serviços.
Num fim-de-semana em que está previsto o encerramento de onze de serviços urgências no sábado e treze no domingo em todo o país, a OM alerta, em comunicado, “para a gravidade destas decisões e a consequente redução da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à população nas semanas que se aproximam”.
A situação assume contornos de maior gravidade em locais como a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, onde existem constrangimentos no Serviço de Urgência Ginecológica/Obstétrica entre os dias 2 e 19 de agosto e onde, a partir do dia 5, não é disponibilizado qualquer atendimento urgente nesta área.
“É inadmissível que ano após ano não sejam acautelados os fatores que contribuem para o encerramento de urgências, nomeadamente criando condições adequadas para atrair mais médicos para o SNS”, declarou, no comunicado referido, o bastonário Carlos Cortes. “Não podemos privar toda uma região de aceder às urgências obstetrícias durante 18 dias, obrigando as grávidas e doentes a deslocarem-se até Coimbra, que fica a mais duas horas de distância em alguns casos e ao Porto para situações de cuidados programados”, acrescentou.
O Bastonário exige que “as informações dos constrangimentos sejam divulgadas atempadamente à população e às corporações de bombeiros” e considera que “é preciso planeamento no tempo certo, porque não é novidade que o verão é um período delicado para o SNS, tal como o será o inverno”.