Ordem dos Médicos disponível para apoiar medidas para sucesso de diálogo com Ministério
09-Junho-2014
A Ordem dos Médicos reiterou no sábado abertura para negociar, mas também disponibilidade para apoiar medidas «indispensáveis para estimular o êxito autêntico deste diálogo», depois da reunião com o Ministério da Saúde.
Em comunicado, a Ordem dos Médicos «reitera a sua total abertura para o diálogo, mas também manifesta a sua disponibilidade para apoiar e tomar todas as medidas que se revelem indispensáveis para estimular o êxito autêntico desse mesmo diálogo».
A Ordem diz aguardar que o Ministério da Saúde envie às organizações médicas, na segunda-feira, a ata da reunião, «para poder aferir com toda a objetividade a forma como as palavras e as frequentes afirmações genéricas de boa intenção são passadas a um documento com afirmações escritas e compromissos objetivos, concretos e datados».
A organização dos médicos defende que foram muitas as preocupações dos profissionais que não tiveram resposta e refere a Lei do Ato Médico, o levantamento dos obstáculos à reforma dos Cuidados de Saúde Primários e a insistência na «recusa em corrigir os erros que, por exemplo, levaram o Hospital de Santarém, com uma honestidade que possivelmente irá ser amordaçada, a assumir a falta de qualidade da sua urgência geral, prestando um mau serviço aos doentes, consequência das medidas do Ministério da Saúde».
A Ordem dos Médicos realça «o ineditismo desta situação, que ilustra como todas as partes têm a consciência da importância e sensibilidade do momento presente», e sublinha a «comunhão de objetivos dos sindicatos e da Ordem» em defesa da «qualidade da medicina portuguesa e dos legítimos interesses dos doentes» relativamente aos serviços de saúde.
A Ordem dos Médicos recorda o contexto que antecedeu a reunião «motivada por um longo, e por vezes penoso, arrastar de situações por resolver, de ininterrupta e contraditória produção legislativa sem audição prévia das organizações médicas, bem como da contínua degradação do SNS».
Na lista de críticas, a organização aponta também a existência de uma «intensa campanha estigmatizante e mentirosa contra a dignidade de toda a classe médica, como exemplifica a mais recente notícia de 3000 médicos inadaptados e a «imposição de um clima de perseguição e medo e de colocação de obstáculos artificiais às boas práticas médicas».