Ordem dos Médicos traça «quadro negro» no acesso à saúde no Algarve 24 de junho de 2014
A Ordem dos Médicos estima que faltem no Algarve mais de 250 clínicos e teme problemas de acesso à saúde durante o verão, lembrando que, nesta altura do ano, a população da região triplica, noticia a agência “Lusa”.
Numa conferência de imprensa hoje em Lisboa, Jaime Teixeira, presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem, traçou um «quadro negro» nos Serviços de Urgência Básica (SUB) no Algarve.
No caso do SUB de Loulé, por exemplo, a situação foi definida como muito preocupante porque a urgência já fechou alguns dias, só durante este mês, por falta de médicos.
«É quase um crime económico. Vai se destruir o turismo, não havendo assistência médica suficiente», declarou Jaime Teixeira aos jornalistas.
A Ordem dos Médicos distribuiu já um formulário e um endereço de email para que todos os clínicos possam fazer denúncias «de forma mais recatada e sem exposição pública».
Segundo o Conselho Regional do Sul, no Algarve faltarão cerca de 100 médicos de medicina geral e familiar e entre 100 a 200 médicos a nível hospitalar.
«Há falhas na rede de serviços de urgência básica – a que um número elevado de turistas terá necessidade de recorrer –, falta de médicos de família e falhas de especialidades tão importantes como a anestesiologia, dermatologia e ortopedia», declarou Jaime Teixeira.
Ulisses Brito, presidente do Conselho Distrital do Algarve da Ordem, avisou que as falhas nos SUB vão sobrecarregar as urgências hospitalares.
«Em termos hospitalares, as escalas de serviço estão mais ou menos asseguradas. O grande problema são os serviços de urgência básica. Mas se os SUB faltarem, as urgências hospitalares vão rebentar», frisou.
Os SUB eram da responsabilidade da Administração Regional de Saúde e passaram depois para a alçada do Centro Hospitalar do Algrave.
Contudo, segundo Ulisses Brito, neste momento «são terra de ninguém», porque a administração do Centro Hospitalar não estará a assumir a sua responsabilidade pelos serviços de urgência básica.
Para a Ordem, ainda poderá haver tempo de resolver a situação de carência de médicos no Algarve para o período das férias de verão, mas terá de haver «uma intenção superior, ao nível do ministro da Saúde», bem como uma rápida decisão. |