Ordem dos Psicólogos lança obra sobre ética e deontologia no exercício da atividade 967

Ordem dos Psicólogos lança obra sobre ética e deontologia no exercício da atividade

24 de julho de 2014

A Ordem dos Psicólogos lança hoje “A Ética e a Deontologia no Exercício da Psicologia”, obra que pretende refletir sobre os dilemas éticos desta profissão, bem como servir de consulta as profissionais e estudantes, descreveu o autor.

Partindo da convicção de que «a psicologia é uma prática que se baseia na autonomia dos seus profissionais», Miguel Ricou, autor de “A Ética e a Deontologia no Exercício da Psicologia”, decidiu avançar com a publicação de uma obra que fala de «um conjunto sólido de princípios éticos-aspiracionais, identitários da psicologia».

«O psicólogo tem de tomar decisões no aqui e agora. Este livro pode ajudar o psicólogo a perceber como tomar decisões e a confiar nelas», disse, à “Lusa”, o autor que é também presidente do conselho jurisdicional da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Com esta obra pretende-se, confidenciou Ricou, «ocupar um espaço que não existia na psicologia em Portugal», através da reflexão à volta dos «principais dilemas éticos da psicologia» e dando «respostas fundamentadas à volta do raciocínio ético».

«Os psicólogos estão organizados como profissão há relativamente pouco tempo. Este livro pode ser um complemento à própria compreensão do Código Deontológico da Ordem para ajudar o público em geral, os profissionais e estudantes de psicologia a compreender melhor a forma de promover o raciocínio de Ética», disse Miguel Ricou.

Nascendo de uma Ordem que foi constituída em Portugal em 2010 e refletindo sobre um Código que data de 2011, “A Ética e a Deontologia no Exercício da Psicologia” fala de uma profissão que para muitos é «nova», ainda que conte, na realidade, com décadas de existência.

«A psicologia em Portugal existe há 20/30 anos mas em termos de regulação tem cerca de quatro anos. Houve um boom grande de formação. É evidente que às vezes há algumas dissonâncias e algumas discordâncias sobre qual é o papel do psicólogo. E uma das minhas grandes preocupações hoje em dia quando penso na psicologia, seja numa área clínica, seja na área organizacional ou de educação, é promover uma identidade na psicologia», descreveu o autor.

Miguel Ricou, que é também professor auxiliar na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), integrando o Departamento de Ciências Sociais e da Saúde, reconhece que hoje se «fala-se muito em psicologia», mas «muitas pessoas não sabem muito bem o que fazem os psicólogos», aproveitando para vincar que «a identidade fundamental da psicologia é promover o autoconhecimento das pessoas».

«O psicólogo ajuda as pessoas a conhecerem-se melhor a si próprias, porque parte-se do princípio de que quanto melhor se conhecem, melhores decisões poderão tomar para as suas vidas», referiu.

A instrumentalização das crianças em situações de disputa parental, ainda que «não seja dos casos mais frequentes da psicologia», mas por motivar as pessoas a fazer «queixas à Ordem por serem situações sensíveis», é um dos dilemas desta especialidade discutidos na obra.

Com prefácio do bastonário da Ordem, Telmo Baptista, e posfácio do psicólogo, psicoterapeuta e psicanalista Eduardo Sá, a apresentação do “A Ética e a Deontologia no Exercício da Psicologia” está agendada para hoje, às 18:30, na FMUP.