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Ordens profissionais da saúde defendem uma «lei de programação na saúde»

19 de dezembro de 2016

As ordens profissionais do setor da saúde defenderam a criação de uma lei de programação na saúde, uma forma de o investimento e a promoção no setor ser pensado e feito a longo prazo.

«Precisamos de uma lei de programação na saúde», à semelhança de outros setores, como a lei de programação militar, disse aos jornalistas a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins.

As ordens profissionais da saúde foram recebidas, na passada sexta-feira, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a quem apresentaram um plano de emergência para o setor que implica um financiamento de 1.2 milhões de euros.

O encontro juntou os bastonários das ordens dos médicos, médicos dentistas, farmacêuticos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos.

No final da audiência Ana Paula Martins disse que Marcelo Rebelo de Sousa está sensibilizado para a questão e que a reunião foi «produtiva», citou a “Lusa”.

E os bastonários, disse a responsável, estão dispostos a trabalhar com o Ministério da Saúde e não prescindem de chamar a atenção e participar num planeamento necessário do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que tem de ser a longo prazo.

«Nos últimos 15 anos as verbas não foram suficientes», assegurou, acrescentando que são «determinantes» os investimentos na prevenção e promoção da saúde.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considerou hoje como «razoável» o plano das ordens, ainda que o orçamento não o comporte. O ministro disse ainda que Portugal tem «obrigações internacionais que são muito relevantes para o conjunto do país» e que as ordens também devem ajudar no combate ao desperdício.

As ordens «acolhem positivamente» esse desafio, disse.

Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros, salientou, também em declarações aos jornalistas, que haver alimentos e profissionais nos hospitais não chega se não houver medicamentos e equipamentos, porque «não é colocar as pessoas nos hospitais que lhes dá segurança» e «neste momento as pessoas não estão seguras».

Referindo-se a recentes casos na área da saúde, como a detenção do ex-administrador da Octapharma (empresa de derivados de sangue ou plasma), a responsável defendeu que os hospitais comprem plasma ao Instituto Português do Sangue e Transplantação.

José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, disse que os profissionais do setor veem com tristeza os casos de corrupção mas ao mesmo tempo estão satisfeitos por as autoridades estarem a atuar.