Organizações afirmam que é prematuro falar de uma nova febre hemorrágica na RD Congo
22 de Agosto de 2014
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e os Médicos sem Fronteiras (MSF) afirmaram hoje que é ainda prematuro falar sobre o possível surgimento de uma nova febre hemorrágica na República Democrática do Congo (RDC).
As autoridades da RDC anunciaram, na quinta-feira, que uma febre hemorrágica de «origem indeterminada» tinha feito 13 vítimas mortais na região noroeste daquele país desde 11 de agosto.
«Muitos morreram com sintomas hemorrágicos, mas também existem casos graves de malária que podem ter este tipo de sintomas, ou a febre tifoide», afirmou, em declarações à agência francesa “AFP”, um responsável da OMS na capital congolesa Kinshasa, que preferiu não ser identificado.
«Ainda estamos à espera das confirmações biológicas para determinar qual é o tipo de doença», indicou, também em declarações à “AFP”, Amandine Colin, responsável pela comunicação da organização MSF em Kinshasa.
Equipas dos MSF estão destacadas na província de Équateur (noroeste), a zona afetada por estes casos.
O anúncio das 13 vítimas mortais foi feito pelo ministro da Saúde congolês, Félix Kabange Numbi, que indicou, na mesma ocasião, que todos os pacientes registaram febre, diarreias, vómitos e, «numa fase terminal, vomitaram substâncias de tonalidade escura».
Para determinar a origem exata da doença foram recolhidas amostras, que foram enviadas para o Instituto Nacional de Investigação Biomédica e para um laboratório em Franceville, no Gabão.
«Devemos ter os resultados dentro de sete dias», segundo o ministro.
Félix Kabange Numbi indicou hoje entretanto que o número de mortos permanecia «inalterado», apontou a “Lusa”.
Cerca de 80 pessoas estiveram em contacto com as vítimas mortais e o seu estado de saúde está a ser monitorizado nas localidades de Boende Moke, Lokolia, Watsikengo e Lokula.
As localidades Lokolia e Watsikengo, que estão separadas por uma distância de 30 quilómetros, foram identificadas como o epicentro da doença. As autoridades criaram comissões que estão a monitorizar os doentes, mas também as condições de higiene e de saneamento.
Esta doença ainda não identificada surge numa altura em que uma epidemia de febre hemorrágica provocada pelo vírus Ébola afeta vários países da África Ocidental.
A Libéria é o país onde a epidemia do vírus Ébola já provocou o maior número de mortes – 576 num total de 1.350 registadas –, de acordo com o mais recente balanço da OMS.
A Guiné-Conacri e a Serra Leoa, os outros dois países mais afetados pela epidemia, registaram 396 e 374 mortos, respetivamente.