Congrega mais de 90 associações de doentes e utentes de saúde, com o objetivo comum de ter uma voz ativa na defesa e promoção dos seus direitos junto dos decisores políticos. A Rede de Organizações de pessoas que vivem com Doença e Utentes de Saúde pretende apelar à necessidade de se assumir a saúde como uma responsabilidade partilhada assente em modelos colaborativos e intersectoriais.
A criação desta Rede conta com a mobilização da FENDOC – Federação Nacional das Associações de Doença Crónica, a MAIS PARTICIPAÇÃO, melhor saúde, a Plataforma Saúde em Diálogo e a RD – Portugal – União das Associações de Doenças Raras de Portugal. A plataforma reivindica acesso a cuidados de saúde de qualidade, a promoção da literacia em saúde, a sensibilização para a importância de um sistema eficiente de diagnóstico precoce, a valorização do papel do cuidador informal e uma maior participação das associações nos processos de decisão em saúde.
Carlos Oliveira, presidente da FENDOC, refere em comunicado que esta rede pretende encontrar um espaço de diálogo “onde possam ser encontrados pontos comuns e se acordem linhas de atuação, para que os doentes possam ser efetivamente parte do sistema não só nos processos funcionais, mas também na construção desses mesmos processos ou na criação de novos”. Já Margarida Santos, coordenadora da MAIS PARTICIPAÇÃO, reforça à imprensa que “é evidente uma lacuna na intervenção das associações de doentes nos sistemas de saúde e de decisão em Portugal”, justificando a necessidade de interação entre as diferentes associações.
“Acreditamos que o nosso saber e a nossa experiência diária no terreno são essenciais à definição de uma estratégia comum e sustentável para o sistema de saúde”, completa Maria Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo. De acordo com Paulo Gonçalves, presidente da RD- Portugal, “há, na essência, três razões que nos levam a integrar esta rede: a procura de motivos e propósitos comuns entre as Associações e Movimentos de apoio e defesa do Serviço Nacional de Saúde; a construção de propostas exequíveis centradas nos cidadãos que utilizam os Serviços Públicos e a comunicação fluída entre os representantes dos cidadãos e os titulares de cargos em instituições”.
A formalização da rede, que teve lugar na terça-feira, sucedeu a uma sessão que reuniu representantes das quatro organizações na Assembleia da República, onde foram debatidas as suas necessidades comuns e de que forma podem fazer a diferença e contribuir para a concretização de projetos.