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Organizações portuguesas querem medidas contra tabagismo em prática

02 de Junho de 2015

Organizações Não Governamentais (ONG) da área da saúde manifestaram-se ontem preocupadas com os dados do tabagismo divulgados pelo Eurobarómetro, segundo os quais um quarto dos portugueses fuma, criticando as medidas de controlo do tabaco em Portugal.

«A prevalência do consumo está a aumentar em Portugal, ao contrário da tendência observada na União Europeia», afirmaram as ONG em comunicado conjunto.

Os dados divulgados na semana passada, em Bruxelas, indicam que um em cada quatro portugueses (25%) é fumador, mais dois pontos percentuais do que em 2012, 12% deixaram de fumar e quase dois terços (63%) nunca fumaram, segundo um inquérito Eurobarómetro.

«A exposição da população ao fumo de tabaco nos locais de restauração e diversão e até nos locais de trabalho é elevada e está acima da média europeia», lamentam as organizações, citadas pela “Lusa”.

Na União Europeia (UE), a média de fumadores é de 26%, uma quebra de dois pontos na comparação com o inquérito de 2012.

De acordo com as ONG, Portugal é o país da UE onde menos fumadores querem deixar de fumar e deixam efetivamente de fumar e um dos países onde os jovens começam a fumar mais cedo.

«Esta situação é preocupante e demonstra a falência das políticas vigentes», acusam.

Em Portugal, fumam mais os homens (34%) do que as mulheres (18%), em linha com a média da UE: 31% e 22%, respetivamente, segundo o relatório.

Para as ONG da saúde, a «ineficácia dos sucessivos governos e decisores políticos» para aplicar as medidas de controlo do tabaco «prejudica gravemente a saúde da população» e a economia do país.

É na faixa 25-39 anos que se concentra a maior percentagem de fumadores portugueses (38%), seguindo-se a dos 40-54 (35%), a dos 15-24 (22%) e mais de 55 anos (13%).

As organizações defendem que é urgente criar locais 100 por cento livres de fumo e instam os decisores políticos a adotarem as medidas inscritas na Convenção-Quadro de Controlo de Tabagismo da Organização Mundial de Saúde (OMS), que Portugal ratificou em 2005.