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Ortopedistas lançam campanha nas praias contra mergulhos perigosos

12 de Agosto de 2014

Durante dois meses as praias do país vão receber ortopedistas e vários voluntários numa campanha que visa sensibilizar os veraneantes para os perigos de mergulhar em águas baixas ou junto a rochas.

A campanha “Mergulho Seguro”, em marcha entre agosto e setembro, «pretende prevenir os traumatismos vertebro-medulares provocados por acidentes relacionados com o mergulho», adiantou ao “Público” Jorge Mineiro, o presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), entidade responsável pela ação em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A campanha estará presente em 100 praias do país com cartazes e folhetos de sensibilização. «Estima-se que 43% dos acidentes de mergulho aconteceram a jovens entre os 10 e os 19 anos e que 73% dos acidentados tinham menos de 29 anos. É nos meses de julho e setembro que se verifica mais de 90% destas ocorrências», apontou também Jorge Mineiro com base num estudo relativo à época balnear de 2012.

«É o único estudo prospectivo que existe. Nele foram referenciados 17 acidentes, dos quais seis resultaram em lesões medulares e três em lesão total», explicou o médico interno autor do estudo, Ricardo Prata. No âmbito da campanha deverá ainda ocorrer a realização de ações de sensibilização em escolas de surf e a colocação de outdoors nas praias, indicou Ricardo Prata.

Com base nesses números, o presidente da SPOT defende que «os jovens devem conhecer a profundidade do local antes de mergulharem e não devem mergulhar a partir de rochas, margens de lagos ou rios ou em águas rasas».

Correr esse risco, poderá resultar na morte ou deixar os jovens «gravemente incapacitados», alerta o especialista.

«Não mergulhes no escuro. O local onde mergulhas pode não ser tão fundo como pensas. A água às vezes não é o que parece», lê-se num dos folhetos que serão distribuídos nas praias.

Segundo a SPOT «os traumatismos vertebro-medulares apresentam elevadas taxas de morbilidade e mortalidade particularmente elevada em Portugal face ao panorama europeu, no contexto dos acidentes em praias». Aquela sociedade não conseguiu, porém, adiantar, para efeitos de comparação, as taxas médias de mortalidade devido a este tipo de acidentes na Europa.