Os hospitais não estão preparados para pico de gripe, Miguel Guimarães, OM 1077

A percentagem de episódios de urgência relativos a estados gripais no final de Dezembro estava próxima do valor do último pico, registando-se a 25 de dezembro uma percentagem de 15% da totalidade dos episódios urgentes.

Miguel Guimarães, bastonário da OM, afirma tacitamente em declarações ao jornal “Público”: «Se houver um pico grande, a maioria dos hospitais não está preparada».

O bastonário recorda que este ano há a complicação adicional da greve dos enfermeiros que, mesmo referente apenas aos blocos operatórios «mexe com tudo» e «diminui a capacidade de resposta dos serviços», afetando todo o hospital.

No entanto, Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), defende que o protesto dos enfermeiros até pode ter algo de positivo pela maior disponibilização de camas para internamento.

Dados do Portal do SNS, consultados pelo “Público”, revelam que, nas consultas nos centros de saúde e nas chamadas da Linha SNS 24 relacionadas síndrome gripal, os valores estão longe dos alcançados no ano passado.

Para Alexandre Lourenço, o menor número de consultas nos centros de saúde pode se relacionar com o fato de os serviços só abrirem em horários extraordinários «quando nos aproximamos do pico».

Miguel Guimarães, da OM, defende a necessidade de «tomar medidas para reforçar os CSP antecipadamente», mas para tal «é preciso fazer investimentos».