Quantas vezes já sonhámos em mudar o mundo? Enquanto jovens fazemo-lo várias vezes ao dia. A juventude é descrita como um caleidoscópio de possibilidades, de ideias, de planeamento e determinação infinita. Não será normal? Já que crescemos num mundo de realidades instantâneas onde a nossa atenção é disputada a cada segundo, onde viajar é simples e onde encontrar informação é trivial. Temos as ferramentas para avaliar, contribuir e inovar, temos a vontade imensa de mudar o mundo. Mas estaremos preparados para nos envolvermos de forma eficaz e para conseguirmos alterar a equação?
Estarão os jovens preparados para fazer política? Para fazer política séria, responsável, que contribua para resolver os problemas das pessoas e crie condições para a sua realização profissional e pessoal?
Num mundo em constante transformação, a formação política dos jovens é arredada, por vezes, para segundo plano. As diferenças significativas, por exemplo, entre esquerda e direita, liberal e conservador (vocábulos frequentes nos debates partidários) parecem estar encerrados num tesouro de que apenas os mais entendidos têm a chave.
A escola pode desempenhar um papel importante nesta educação política. Saber como intervir e onde encontrar os espaços de intervenção é algo que pode ser ensinado e aprendido. Consciencializar os jovens de que a intervenção na sua área de interesse, na sua cidade ou na sua academia, é condição fundamental para uma democracia efetiva, deve ser uma preocupação do sistema de ensino. Um trabalho que deveria começar precocemente, no Ensino Básico.
Aprender a fazer política deveria ser inerente à escola, pois é na escola que aprendemos a viver em sociedade. Na equação dos jovens, e em particular os que estudam as Ciências Farmacêuticas, o sonho de mudar o mundo é uma constante e aprender como o fazer é a variável cujo valor devem procurar e aperfeiçoar até se sentirem capazes de produzir as mudanças com que sonharam.
Diana Lopes Carvalho,
Presidente da APEF – Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia
