Os prebióticos no cuidado da pele do bebé 1122

Cada vez mais estudos provam os benefícios do uso de prebióticos dermatológicos. Fique a saber o que são e qual o papel que desempenham na saúde da pele do bebé.

  • A pele do bebé é mais fina do que a do adulto. É imatura, frágil e particularmente suscetível a agressões externas tais como trauma e infeções.
  • A superfície cutânea do bebé em relação ao seu peso corporal é 3 a 5 vezes superior em relação ao adulto, o que torna a pele do bebé mais permeável aos agentes agressivos: microrganismos, alergénios e toxinas.

A pele é a proteção essencial à vida

  • A pele é essencial à vida!
  • É ela que nos envolve e protege desde o nascimento.
  • As principais funções da pele do bebé são a prevenção da desidratação, da absorção de substâncias tóxicas e invasão por microrganismos, a proteção contra o trauma e contra a radiação ultravioleta e a termorregulação. Além de todas as funções vitais de proteção, a pele ainda garante a sensibilidade tátil do bebé.
  • As funções da pele são essenciais para garantir o bem-estar, a saúde e a sobrevivência do bebé. É por estas razões que é fundamental cuidar convenientemente a pele desde o primeiro momento.

Importância dos microrganismos no equilíbrio da pele

À superfície da pele existe uma comunidade de microrganismos, denominada microbiota, que vive em equilíbrio perfeito connosco. Existem dois tipos de microbiota: a residente e a transitória. A microflora transitória corresponde a microrganismos que permanecem na pele de forma temporária, e que não fazendo parte da microflora natural, têm algum potencial para se tornar prejudiciais. A microbiota residente, por seu lado, é composta por microrganismos benéficos que impedem a pele de ser colonizada por microrganismos agressivos, que provocam infeção.

A preservação da microbiota residente e dos seus microrganismos benéficos é essencial para manter a pele do bebé saudável.

Microrganismos benéficos são alimentados pelos prebióticos

Ao alimentarem os microrganismos benéficos, os prebióticos têm a capacidade de estimular as defesas naturais da pele, pois fortalecem as bactérias amigáveis da pele, impedindo assim o crescimento de bactérias nocivas. Desta forma, educam o sistema imunológico na prevenção da doença cutânea por trauma, infeção ou alergia.

Desequilíbrios na pele do bebé

Sendo a pele do bebé uma pele estruturalmente frágil e fisiologicamente imatura, a microbiota desempenha um papel preponderante na sua função de defesa.

Fatores como a utilização de produtos agressivos, carências nutritivas ou o meio ambiente, podem potenciar o desenvolvimento dos microrganismos agressores, levando ao desequilíbrio da microbiota da pele do bebé.

Vantagens do uso de prebióticos no cuidado diário da pele do bebé

Quando a pele do bebé perde o seu equilíbrio, as bactérias benéficas deixam de conseguir desenvolver-se e proteger-se das bactérias nocivas que penetram na pele, originando problemas como irritação, vermelhidão, prurido ou inflamação. Os prebióticos ajudam no reequilíbrio cutâneo e impedem o crescimento de microrganismos agressores.

Estudos demonstram que a utilização dos prebióticos em produtos para higiene e cosmética é importante para a manutenção de uma pele saudável do bebé. Ao associar prebióticos à composição de produtos de higiene, cosmética e tratamento para a pele do bebé, para além de limpar e hidratar, permite a regulação da microbiota. Assim, o equilíbrio biológico da pele é retomado, impedindo a proliferação de microrganismos patogénicos.

Dra. Graça Oliveira
Neonatalogista Hospital Santa Maria

Para mais informações clique aqui.

Bibliografia

  • – Valido AM, Guimarães H, Amaral JMV, Januário L, Carrapato R, Tomé T, Martins V. Consensos em Neonatologia.
    Secção de Neonatologia, Sociedade Portuguesa de Pediatria 2004; 105-9
  • – Challenges in Neonatal Nursing: Providing Evidence-Based Skin Care. NANN 2003
  • – Cogen AL, Nizet V and Gallo RL. Skin microbiota: a source of disease or defence?. Br J Dermatol. 2008
    March; 158(3):442-455
  • – Krutmann J. Pre-and probiotics for human skin. Journal of Dermatological Science 2009;54:1-5.
  • – Caramia G, Atzei A, Fanos V. Probiotics and the skin. Clinics in Dermatology 2008 ;26:4-11.
  • – Al-Ghazzewi F and Hand Tester RF. Impacto of prebiotics and probiotics on skin health.Beneficial Microbes
    2014;5(2):99-107.
  • – Thomas DW, Greer FR, and Committe on Nutrition; Section on Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition.
    Probiotics and Prebiotics in Pediatrics .Pediatrics 2010;126:1217
  • – Bockmu LD, Jasoy C, Nieveler S, et al. Prebiotic cosmetics: an alternative to antibacterial products. IFSSC
    Mag 2006;9:1–5.
  • – Holland KT, Bojar RA. Cosmetics. What is their influence on the skin microflora? Am J Clin Dermatol
    2002;3:445–9.
  • – Elias PM. The skin barrier as an innate immune element. Semin Immunopathol 2007;29:3–14.
  • – Fredricks, D.N.: Microbial ecology of human skin in healtand disease. J. Investig. Dermatol. Symp. 2001
    6, 167–169