Uma investigação desenvolvida por uma equipa da Universidade de Aveiro (UA) criou um método para otimizar o planeamento terapêutico por quimioterapia recorrendo à física dos Buracos Negros.
O principal objetivo é desenvolver tratamentos personalizados capazes de aumentar a eficácia dos fármacos em uso clínico, sendo que o estudo baseia-se num controlo inspirado na natureza, em que as massas tumorais são ‘aprisionadas’ e submetidas a dinâmicas de atração que levam à sua remissão.
A equipa de investigadores da UA criou, como é explicado no portal da UA, uma metodologia para o planeamento terapêutico do tratamento por quimioterapia que incluiu várias etapas de desenvolvimento:
- “Design de um algoritmo de controlo pioneiro, baseado em leis físicas associadas aos Buracos Negros;”
- “Investigação da potencialidade deste algoritmo para realizar terapias que resultem na remissão do volume do tumor, ou em transformá-la numa doença crónica;”
- “Realização de testes de simulação relacionados com a evolução do volume tumoral, utilizando distintos fármacos, incluindo a sua acumulação no tumor, distintos volumes tumorais e diversos modelos matemáticos de desenvolvimento tumoral.”
As descobertas “fornecem evidências de que a terapia do cancro inspirada em fenómenos encontrados em buracos negros podem emergir como um paradigma disruptivo”, o que abre novos caminhos de investigação com elevado impacto para os clínicos e pacientes oncológicos, “explorando sinergias entre algoritmos de controlo baseados em fenómenos astrofísicos e inteligência artificial aplicada à terapia personalizada avançada do cancro”.
O trabalho de investigação, que foi publicado na revista Computers in Biology and Medicine, conta com a participação de Marco Santos e Gil Gonçalves do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação (TEMA), Delfim Torres e Carlos Herdeiro do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Matemática e Aplicações (CIDMA), assim como do estudante de doutoramento Rodrigo Bernardo.