Parlamento da Madeira propõe estratégia de combate à dengue 22 de Julho de 2015 Os deputados da Assembleia Legislativa da Madeira aprovaram ontem, por unanimidade, uma proposta de lei da autoria do PCP que visa a criação de uma estratégia nacional para a prevenção e controlo de epidemias da febre do dengue.
A proposta de diploma, a enviar à Assembleia da República, baixou à comissão para discussão na especialidade e aponta como objetivos «evitar a incidência da febre da dengue, prevenir e controlar processos epidémicos e evitar a ocorrência de dengue hemorrágico», citou a “Lusa”.
No articulado, a proposta legislativa «estabelece ser dever o Estado a implementar uma estratégia nacional para a prevenção e controlo de epidemias da febre da dengue», devendo o seu financiamento ser suportado pelo Orçamento de Estado nacional.
Durante o período da discussão no plenário do parlamento madeirense, o deputado do CDS/PP, o médico Mário Pereira, salientou que «o mapa mundial da dengue está em mudança».
O parlamentar centrista insular apontou que desde o surto que se registou na Madeira, em 2012, foram diagnosticados 2.470 casos de doença autóctones neste arquipélago, um número que considerou «não ser rigoroso» pois, no seu entender, existiram situações detetadas na medicina privada que não foram contabilizadas.
Mário Pereira realçou que estão referenciados, neste momento, «quatro mutações genéticas-‘ do vírus, que ‘são mais resistentes a inseticidas», pelo que, opinou, «o combate químico não é solução para a Madeira e a sua defesa é uma fraude» e este deve ser feito através da destruição dos ovos do mosquito Aedes aegypti.
Por seu turno, o deputado da maioria do PSD/M Marco Gonçalves destacou que as autoridades de saúde têm «um plano ativo» de combate à doença, sublinhando que «desde fevereiro de 2013 que não há casos de dengue com origem na região».
O deputado Dionísio Andrade (PND) alertou para a dificuldade de controlar estas situações numa região que vive do turismo e que tem muitos madeirenses que emigraram para países africanos na sequência da crise.
Segundo a secretaria da Saúde da Madeira, depois do surto registado em 2012, «desde fevereiro de 2014 que não há casos importados de dengue na Região e desde fevereiro de 2013 que não há casos de dengue com origem na Região Autónoma da Madeira».
Apesar do conhecimento da presença do mosquito Aedes aegytpi na Madeira desde 2005, os primeiros casos de febre da dengue foram registados laboratorialmente a 03 de outubro de 2012.
A febre da dengue transmite-se aos humanos pela picada do mosquito Aedes aegypti infetado e apresenta como sintomas febre e dores de cabeça e nas articulações. Num estado mais avançado, a doença pode causar hemorragias e tornar-se mortal. |