Paulo Macedo liberta 300 milhões para os hospitais em dia de greve
8 de julho de 2014
Na semana em que enfrenta uma greve dos médicos – a segunda do seu mandato – o ministro da Saúde vai transferir para os hospitais uma dotação extra de 300 milhões de euros, adiantou o “Diário Económico”.
Paulo Macedo não vai esperar pelo Orçamento Retificativo para injetar mais dinheiro nos hospitais. De acordo com fonte oficial do Ministério da Saúde, o secretário de Estado do Orçamento assinou um despacho no dia 26 de Junho que liberta a verba. O dinheiro deverá chegar às instituições do Serviço Nacional de Saúde ainda esta semana.
O reforço de 300 milhões já tinha sido anunciado em abril pela ministra das Finanças e tem como objetivo «prioritário» criar condições financeiras nos hospitais do setor empresarial do Estado para a não acumulação de novos pagamentos em atraso. O dinheiro servirá ainda para financiar um conjunto de investimentos prioritários como a aquisição de equipamento hospitalar no IPO de Lisboa, a finalização das obras do Centro Materno Infantil do Norte ou início do projeto de unificação das maternidades do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, disse a mesma fonte.
Este balão de oxigénio chega depois da troika ter reconhecido o subfinanciamento dos hospitais (nos documentos que encerraram a 11ª avaliação) e numa altura em que as dívidas dos hospitais aos fornecedores voltaram a crescer – de acordo com a última síntese da execução orçamental as dívidas vencidas estão agora em 773 milhões.
A concretização do reforço foi desbloqueada numa semana politicamente sensível, com os médicos a cumprirem uma nova paralisação de dois dias «em defesa da dignidade [dos médicos] e do SNS». Também ontem, o gabinete de Paulo Macedo fez saber que o Código de Ética – que os sindicatos apelidaram de “lei da rolha” – foi enviado para publicação em Diário da República com alterações depois de «recolhidos contributos, esclarecidas dúvidas e desfeitos receios infundados».