Paulo Macedo: Portugal «não está num impasse» no tratamento da hepatite C 19 de setembro de 2014 O ministro da Saúde, Paulo Macedo, garantiu ontem que Portugal «não está num impasse» no que respeita ao tratamento da hepatite C e defendeu que o preço dos medicamentos deve ter «uma base europeia», revela a “Lusa”. «Nós num impasse não estamos porque conseguimos tratar os doentes e temos esta posição já muito forte que é a de que o preço devia ter uma base europeia. Cada país a negociar é muito mais fraco», disse Paulo Macedo comentando assim a notícia de que o Governo português se prepara para apresentar aos restantes países da União Europeia uma proposta sobre a compra de fármacos para a hepatite C. O ministro da Saúde aproveitou para reiterar que considera «importante ter um racional de preço», lembrando que «este preço [o que consta da proposta portuguesa] pelo menos tem um racional face aquilo que foi estabelecido para outros países». «O que pretendemos é haver uma discussão em termos europeus pela ameaça que é este tipo de preço ao serviço nacional de saúde de cada país. Os países não conseguem suportar», disse, referindo-se a reações negativas de países como EUA, da Inglaterra e da França. Questionado sobre as informações de que algumas famílias de doentes com esta patologia ameaçam instaurar processos na justiça devido à espera por tratamento, Paulo Macedo sublinhou que Portugal tem «critérios que definem quais os doentes prioritários»: «E esses, a nossa informação é que os conseguiremos tratar atempadamente. Já temos várias dezenas de doentes em tratamento. Passamos de ter zero pessoas tratadas para várias dezenas de pessoas tratadas», disse. «Volto a lembrar um aspeto: os doentes são tratados de várias formas, de acordo com o seu genótipo, e não apenas por este medicamento. Conseguimos tratar um conjunto maior de doentes porque há a possibilidade de concorrência a curto prazo e não ficarmos completamente capturados pela indústria farmacêutica», acrescentou. O ministro da Saúde falava à margem da 47.ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Nefrologia Pediátrica que reúne no Porto cerca de oito centenas de especialistas da área. |