Paulo Macedo quer abrir centros de saúde até às 22 horas, durante surto de gripe 20-Jan-2014 O horário dos centros de saúde vai ser alargado até às 22 horas, enquanto durar o surto de gripe, «onde tal se revelar necessário e possível», anunciou o ministro da Saúde, Paulo Macedo. Paulo Macedo, que na sexta-feira à tarde ia ter um encontro com as administrações regionais de saúde (ARS), disse à “Lusa” que vai avaliar a medida, que visa descongestionar as urgências hospitalares que visitou durante a manhã. «Na reunião com as administrações regionais de saúde vamos avaliar em conjunto a possibilidade de os centros de saúde, quando necessário e possível, durante o período de surto de gripe, alargarem os horários», disse. Paulo Macedo, que falava à “Lusa” no final de uma visita de surpresa à urgência do Hospital de Aveiro, justificou que «há muitos casos que não são graves e que vêm para a urgência e que os centros de saúde podem tratar adequadamente». De acordo com o ministro, a hipótese que está a ser equacionada com as ARS é do alargamento temporário até às 22 horas, até ao final de fevereiro, período que pode ser prolongado se o surto de gripe persistir. «Iremos ver as áreas em que isso é possível para este surto de gripe, que ainda está no seu início, mas que queremos precaver», explicitou, admitindo que a medida não se venha a aplicar a todos os centros de saúde do país. Outro dos temas a discutir com as administrações regionais de saúde é a verificação das condições que a Lei impõe aos lares de idosos, no que respeita a cuidados médicos e de enfermagem. «Vamos também analisar a questão da afluência de idosos às urgências, provenientes de lares, com pouco acompanhamento. Vamos analisar se está a ser cumprido o que é exigido, quanto aos cuidados médicos e de enfermagem», adiantou.
Governo diz que «é falso» que as urgências estejam pior por causa dos cortes
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, reputou de falsidade a acusação de que o avolumar de pessoas nas urgências hospitalares seja resultado dos «cortes» do Governo, na área da saúde. «É totalmente falso. Em termos de urgências melhorámos, em termos de infraestruturas e recursos humanos, e temos hoje uma capacidade de resposta muitíssimo maior», disse Paulo Macedo, acrescentando que os utentes do Serviço Nacional de Saúde «têm uma resposta como não têm em muitos outros sítios da Europa» e, em termos de investimento, «nestes tempos de crise, não têm noutras áreas». O ministro da Saúde, que falava à margem de uma visita surpresa à urgência do Hospital de Aveiro, onde recentemente se registaram problemas de longos tempos de espera e macas imobilizadas, salientou o esforço que tem sido feito: «Temos, nos últimos três anos, mais três mil médicos recrutados, em termos líquidos e, em termos de enfermagem, embora haja algumas falhas, com o alargamento do horário para as 40 horas, temos hoje uma capacidade de resposta muitíssimo maior, com mais horas assistenciais». O investimento na melhoria de instalações e equipamento foi igualmente realçado por Paulo Macedo, de que destacou a urgência de Faro, «que deixou de ter as macas todas nos corredores», mas também beneficiações nas urgências do Centro Hospitalar de Coimbra, do Hospital de Santa Maria e dos hospitais de Leiria, Figueira da Foz, Vila Franca de Xira (nova), Amarante e Lamego. «Temos em curso, para 2014, a melhoria da urgência da Guarda, com a abertura do novo hospital, que terá condições diferentes, temos aprovadas as primeiras obras para Gaia, o que terá reflexos na melhoria da urgência e estamos também a melhorar a urgência de Portalegre e também temos um plano de melhoria da urgência do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra», enumerou. Aveiro não constava do plano, mas após a visita, o ministro admite que possa vir a beneficiar de intervenção. A administração hospitalar pretende criar mais uma sala de triagem e «via verde coronária e de trauma», o que implica a reorganização do espaço da urgência, ou seja, a realização de obras. Com mais infraestruturas e mais profissionais, o ministro conclui que a melhoria da resposta das urgências hospitalares em situações de pico terá de passar por melhor organização, lembrando que o Serviço Nacional de Saúde tem, em média, 5,5 milhões de urgências anuais.
Ministro da Saúde de surpresa no Hospital de Aveiro para ver a urgência
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, fez, na sexta-feira uma visita por várias urgências hospitalares, para analisar in loco que medidas estão a ser tomadas, face a picos de afluência. Após se deslocar a Coimbra, o ministro fez uma visita de surpresa à urgência do Hospital de Aveiro, onde recentemente se registaram problemas de longos tempos de espera e macas imobilizadas, enquanto lhe iam sendo também transmitidos os dados da afluência de outros hospitais. Quanto ao de Aveiro, além dos elementos que foram transmitidos pelos responsáveis, Paulo Macedo falou diretamente com doentes, perguntando-lhes há quanto tempo estavam à espera e as razões de recorrerem à urgência. Sobre as situações de congestionamento vividas no período de Natal e Ano Novo, o ministro disse serem «indesejáveis», mas observou que afetaram doentes de menor gravidade. «O hospital atende cerca de 300 adultos e cem crianças, em média, por dia. O que acontece é que há dias em que temos mais cem urgências e estamos a falar de receber mais 30%, o que levará sempre a alguma necessidade de ajustamento e conduz a esperas indesejáveis, mas que, apesar de tudo, são nos doentes menos graves», comentou, citado pela “Lusa”. O ministro observou, por outro lado, que há mais idosos a recorrer à urgência, por vezes com resistência aos tratamentos, o que leva a que passem mais horas no Hospital, porque necessitam de mais meios complementares de diagnóstico. «Continuamos com situações de espera inapropriada, mas são nos casos menos graves. Os [portadores de fita] vermelha e laranja [conforme o método de triagem de Manchester] têm uma resposta claramente atempada», disse. Segundo Paulo Macedo, as dificuldades nas urgências hospitalares não se devem à falta de médicos: «Temos em alguns lados recursos abundantes: o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra tem dois mil médicos. Não é de certeza falta de recursos. Podemos sempre precisar de alguns especialistas aqui e ali, mas temos hoje uma situação melhor, em termos de infraestruturas da urgência e em termos de profissionais». Para o ministro, a solução passa por melhorar a organização de circuitos e retirar da urgência casos não urgentes, como os gripais, para cujo atendimento pretende prolongar, temporariamente, a abertura dos centros de saúde. «Quando aqui houve um tempo de espera além do normal, estava-se a dever à dificuldade em passar as pessoas para a Medicina Interna. Temos uma parte que tem a ver com o circuito de organização, de como receber e transferir os doentes das macas e também a possibilidade de os passar mais rapidamente para internamento. O Hospital abriu mais camas nesse sentido, o que veio facilitar», comentou. A administração hospitalar pretende criar mais uma sala de triagem e «via verde coronária e de trauma», o que implica a reorganização do espaço da urgência, ou seja, obras, mas o ministro não se comprometeu. «Em termos de infraestruturas temos de ver se precisa de ser objeto de investimento, o que vamos analisar», respondeu. |