Penso com micro-agulhas é alternativa indolor a vacinas 548

Penso com micro-agulhas é alternativa indolor a vacinas

29 de Abril de 2015

Um investigador da Universidade da Beira Interior desenvolveu um penso com micro-agulhas que procura ser alternativa “indolor” e mais barata a vacinas e a medicamentos administrados por via oral.

O penso com micro-agulhas penetra na camada superficial da pele, não provoca dor e não precisa de entrar na corrente sanguínea, não sendo «necessário entregar uma grande dose porque não tem de andar por toda a corrente sanguínea», explicou André Moreira, responsável pelo projeto desenvolvido no Centro de Investigação em Ciências da Saúde e apresentado ontem, em Coimbra.

As vias tradicionais de administração de fármacos têm «desvantagens», seja «o desconforto e dor» das vacinas, seja as grandes doses utilizadas pelos medicamentos por via oral, sendo que há uma interação das moléculas bioativas com tecidos saudáveis.

Com este novo produto, pode-se «facilitar a acessibilidade a medicamentos», não é necessário «ser uma pessoa treinada» para o administrar e pode levar a uma redução de custos, apontou o jovem investigador, salientando que pretende estabelecer contactos com a indústria farmacêutica para produzir o produto.

Este foi um dos produtos apresentados ontem na sede do Conselho Empresarial do Centro, em Coimbra, resultante da segunda edição do INESPO, um projeto de inovação em rede entre as universidades da região Centro e da região de Castela e Leão, em Espanha, que promove a transferência de conhecimento das instituições de ensino superior para as empresas.

Filipa Domingues, da Universidade de Aveiro, apresentou um projeto que procura combater a problemática «do elevado consumo de combustível e facilidade de perda de redes» por parte da indústria pesqueira nacional.

Para isso, a sua equipa está a desenvolver software que permite otimizar as rotas através da previsão das correntes marítimas, permitindo desenhar um trajeto que pode rentabilizar tanto o tempo como o combustível, explanou.

Já David Barroso, também da Universidade de Aveiro, apresentou o “Findster”, um produto que permite localizar, através de radiofrequência, crianças ou animais, não sendo tão caro como os produtos existentes e sem precisar de um pagamento mensal, tendo conseguido já 100 mil euros de crowdfunding numa plataforma digital “Indiegogo”.

Estes são alguns dos 15 protótipos desenvolvidos ao longo da segunda edição do INESPO, que decorreu entre 2013 e 2015, que atribuiu bolsas a alunos e investigadores para desenvolverem produtos aplicáveis ao mercado, disse à agência “Lusa” o coordenador geral da iniciativa, Mário Raposo.

Entre outras coisas, o INESPO também promoveu um programa de «capacitação empreendedora» a cerca de 150 investigadores e ajudou a desenvolver 40 planos de negócio e seis spin-offs, acrescentou.

O projeto é para continuar e pretende-se que, na terceira edição, haja uma aposta em ferramentas para a «internacionalização», avançou.

O INESPO contou com um financiamento de 938 mil euros.