Um grupo de peritos sugere que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) desenvolva um projeto piloto para construir um perfil clínico mais claro de cada doente, juntando dados genómicos, de exames e da história clínica, informa a Lusa. A ideia é criar um projeto piloto em unidades do SNS que ajudem a desenvolver uma estratégia para a medicina de precisão. A proposta consta de um documento que é hoje apresentado pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), em parceria com a Ordem dos Médicos, e que resulta da auscultação de várias pessoas do setor da Saúde.
Uma das ideias é um projeto piloto que faça uma integração de vários dados do doente: dados clínicos, imagiologia médica e dados genómicos, bem como dados fornecidos pelos cidadãos através, por exemplo, de aparelhos de uso diário de medição de valores de saúde (‘wearables’), como os relógios ‘inteligentes’. Estas bases de dados de qualidade e com perspetiva ao longo do tempo podem ser “oportunidades para a indústria, possibilitando desenvolvimento tecnológico e melhoria de cuidados de saúde”, justificam os peritos.
“É cada vez mais claro que o estado de saúde do cidadão é multifatorial, dependendo de diversas variáveis incluindo fatores genéticos, comportamentais e ambientais, que diferenciam e particularizam a sua doença”, refere o documento da APAH a que a Lusa teve acesso. Em Inglaterra está atualmente a ser desenvolvido um sistema que combina dados clínicos anonimizados com inteligência artificial para tentar acelerar a descoberta de novos medicamentos.