Pfizer e AstraZeneca em negociações para uma fusão
22-Abr-2014
Negociações estão suspensas há já alguns meses, mas os especialistas acreditam que um acordo entre as duas farmacêuticas poderá ainda ser fechado. A operação seria a maior de sempre no setor.
A Pfizer, a maior companhia farmacêutica a nível mundial, manteve conversações informais com vista à aquisição da AstraZeneca, fabricante especializada em medicamentos para asma e coração. A informação foi revelada anteontem pelo jornal londrino “Sunday Times”, que fala numa operação na ordem dos 100 mil milhões de dólares (72 mil milhões de euros).
Para já, e de acordo com as fontes consultadas pela publicação, as negociações estão suspensas e não há planos para retomarem. Contudo, caso estas recomeçassem, a operação de compra apresentar-se-ia como a maior de sempre no ramo farmacêutico.
As duas empresas recusaram-se a comentar o assunto. Apesar de não excluírem um eventual regresso às negociações, os analistas acreditam que dúvidas quanto à rentabilidade do negócio para a Pfizer poderão ter estado na origem da suspensão das conversações, citou o “Jornal de Negócios”.
Ainda assim, a compra da AstraZeneca permitiria à Pfizer mudar o seu domicílio fiscal para o Reino Unido, um movimento que tem permitido a outras farmacêuticas nos Estados Unidos da América reduzir a sua fatura fiscal, explicou a “Bloomberg”.
Entretanto, como destaca o “The Guardian”, as especulações sobre esta negociação já levantaram preocupações quanto à segurança dos postos de trabalho no setor farmacêutico.
Nos últimos três anos, a Pfizer tem reorganizado os seus negócios, com uma reformulação quanto às prioridades dos seus projetos de investigação. O impacto nas ações da empresa fez-se sentir, com ganhos de 35% nos últimos dois anos.
De acordo com dados compilados pela “Bloomberg”, a Pfizer tem estado no topo de mega-fusões no setor farmacêutico, sendo a atual recordista com a aquisição da Warner-Lambert Co em 2000 por 87 mil milhões de dólares (63 mil milhões de euros).
O acordo com a AstraZeneca levaria a maior farmacêutica mundial a reforçar a sua presença em outras áreas, numa fase em que ambas querem dinamizar os seus negócios devido ao fim dos prazos de patente de alguns dos seus medicamentos mais vendidos.