Pfizer em Londres para fechar mega-negócio com AstraZeneca
30-Abr-2014
O presidente executivo da norte-americana Pfizer, Ian Read juntamente com todos os membros do board, viajaram ontem até Londres num claro reforço das suas intenções em adquirirem a AstraZeneca.
O roadshow dos mais altos quadros da Pfizer tem como finalidade convencerem os membros do governo britânico e os investidores da empresa britânica a apoiarem a maior aquisição estrangeira de uma empresa no Reino Unido, apontou o “Diário Económico”.
A Pfizer terá oferecido 60 mil milhões de libras (cerca de 73 mil milhões de euros) pela AstraZeneca, mas este negócio acarreta, segundo vários ministros britânicos, algumas ameaças, não só porque a Indústria Farmacêutica é vista como fulcral no apoio ao crescimento económico equilibrado de longo prazo no país, mas também porque a empresa emprega sete mil pessoas.
O aparente cepticismo de alguns governantes britânicos prende-se também com o facto da Pfizer ter, em 2011, cortado mais de 1.500 empregos na fábrica que detém em Sandwich. As autoridades britânicas insistem que o negócio a concretizar-se deve preservar postos de trabalho e reforçar o trabalho de pesquisa no Reino Unido, mas o presidente da empresa norte-americana recusou-se a estabelecer quaisquer compromissos sem antes ter o compromisso de AstraZeneca em aceitar conversar.
Depois de alguns dias de rumores, a Pfizer confirmou na passada segunda-feira estar interessada em adquirir a rival britânica, negócio que a concretizar-se seria o maior de sempre do setor farmacêutico. Numa declaração oficial da Pfizer admitiu que deu conta do seu interesse pela AstraZeneca em janeiro, mas a empresa britânica recusou avançar com as negociações. Ter-se-ão registado, entretanto várias reuniões sem resultados concretos. No dia 26 de Abril a Pfizer terá voltado a abordar a AstraZeneca que ao que tudo indica, mais uma vez declinou a proposta. A farmacêutica britânica terá considerado a oferta «muito subvalorizada» e terá até avançado que não haveria nenhuma negociação caso a oferta não fosse consideravelmente melhorada.