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Pfizer estará a estudar fusão com Allergan

30 de Outubro de 2015

A Pfizer terá abordado recentemente a Allergan com vista a uma eventual fusão que, a confirmar-se, será o maior negócio do ano, noticiou ontem a agência “AFP”.

Tendo por base informações divulgadas na quarta-feira pelo “The Wall Street Journal”, a “AFP” recorda que o ano 2015 tem sido marcado por diversas movimentações e negócios nas indústrias farmacêutica e de cuidados de saúde, destacando que uma eventual fusão com a Allergan – cuja capitalização bolsista ronda os 112,5 mil milhões de dólares (103 mil milhões de euros) – seria «uma grande jogada» por parte da Pfizer.

Contudo, e citando «fonte conhecedora do assunto», o “The Wall Street Journal” refere que «o processo está ainda numa fase muito inicial e pode nem terminar em acordo».

De acordo com o jornal, o preço é apontado como um dos grandes obstáculos à concretização da operação, para além das implicações que esta teria ao nível de eventuais cortes de pessoal e encerramento de instalações da Pfizer.

Outras questões em cima da mesa seriam o futuro do presidente da Allergan, Brent Saunders, e a constituição de uma equipa de gestão conjunta para a empresa.

A este propósito, também o “The Financial Times”, citando duas fontes próximas do processo, adiantou que o diretor executivo da Pfizer, Ian Read, havia mantido contactos recentes com Saunders no âmbito de um negócio.

No ano passado, a Pfizer tentou, sem sucesso, adquirir a gigante farmacêutica AstraZeneca por 120 mil milhões de dólares (109,5 mil milhões de euros), tendo-se a companhia britânica recusado sequer a negociar.

Sediada em Nova Iorque, a Pfizer encarava, em parte, este negócio como um meio para, por questões fiscais, transferir a sua sede para uma jurisdição com mais baixas taxas de impostos, sendo que a aquisição da Allergan poderia garantir as mesmas vantagens, já que a empresa está baseada em Dublin, onde as taxas de imposto são mais reduzidas.

Em fevereiro passado, a Pfizer anunciou a intenção de expandir o seu portefólio de medicamentos e terapias com a aquisição, por 17 mil milhões de dólares (15,5 mil milhões de euros), da Hospira e da sua linha de tratamentos estéreis injetáveis e medicamentos biosimilares.

Recorde-se que, em 2013, a Pfizer anunciou a reorganização do seu negócio de medicamentos com vista a uma separação entre as formulações mais antigas e os produtos resultantes dos avanços mais recentes por parte da sua divisão de investigação e desenvolvimento.

De acordo com a AFP, muitos analistas acreditam que a empresa irá, eventualmente, dividir-se em duas, separando o negócio dos medicamentos produzidos sob patente dos restantes.

Na terça-feira, a Pfizer anunciou resultados acima das expectativas, com as vendas nos segmentos oncológico e de vacinas a compensarem o impacto do termo de várias patentes: no terceiro trimestre, o lucro da empresa somou 2,1 mil milhões de dólares (cerca de 1,9 mil milhões de euros), 20,1% abaixo do período homólogo, enquanto as vendas somaram 12,09 mil milhões de dólares (cerca de 11 mil milhões de euros), 2,2% abaixo do ano anterior, em parte devido ao impacto da valorização do dólar.