A profilaxia de pré-exposição (PrEP) para evitar o contágio do VIH para pessoas de risco – conhecida como a “pílula da sida” – está a ser dada pelo Serviço Nacional de Saúde desde o início do ano, mas apenas a adultos. Apesar da Agência Europeia do Medicamento já a ter aprovado para menores, em Portugal a norma extraordinária para dar esta profilaxia a quem tem comportamentos de risco só a prevê para maiores de 18 anos.
No entanto, a diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH/sida, Isabel Aldir, em declarações à rádio “TSF”, garante que está para breve a aprovação desta profilaxia anti-sida para quem tem entre 16 e 18 anos. A norma do programa de acesso precoce que tem permitido dar esta profilaxia aos adultos está a ser revista pela DGS, mas depois disso ainda ficará a faltar a aprovação final pelo INFARMED, algo que ainda não está fechado.
A primeira consulta para dar a PrEP a adolescentes abriu em maio passado, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa mas teve de ficar em’stand by pouco depois, quando se percebeu que a norma extraordinária para dar esta profilaxia a quem tem comportamentos de risco só o previa para adultos.
Os médicos responsáveis pela consulta lembram que a atividade sexual não começa só depois dos 18 anos. Maria João Rocha, responsável pela unidade de infecciologia da pediatria daquele hospital, sublinha que só o facto de conseguirem que adolescentes com comportamentos de risco frequentem a esta consulta já é um ganho, alertando que a PrEP é muito eficaz mas não a 100%, pelo que é preciso que usem preservativo e ponham em prática outras medidas preventivas.
Tal como acontece com os adultos, a PrEP nunca será receitada a todos os adolescentes que a queiram tomar, sendo necessária, nos hospitais públicos, uma consulta que confirme que o jovem tem comportamentos de risco.