Pita Barros: Sobrevivência das farmácias depende da redefinição do modelo de negócio 01 de Junho de 2015 O modelo de negócio das farmácias deve ser redefinido para que estas sobrevivam, esta é a opinião do professor Pedro Pita Barros, exposta no estudo “Desafios às farmácias”, encomendado pela Associação Nacional das Farmácias (ANF), e que será amanhã apresentado em Lisboa. «O desafio é saber se há capacidade de fazer com que as farmácias passem a participar de outra forma na cadeia de valor da saúde, por exemplo, colaborando na prevenção e monitorização da saúde da população», disse o professor da Nova School of Business and Economics, lembrando que isso já aconteceu no passado com o programa de troca de seringas, por exemplo. Na opinião do docente, a farmácia fica hoje a meio do caminho entre a auto-medicação e a procura do médico, mas poderia vir a ser mais do que um ponto de passagem. Por exemplo, poderia realizar exames médicos básicos (como sangue, urina ou mesmo raio-x). Mas esta maior colaboração pressupõe também uma ligação com outras profissões de saúde, por exemplo, o caso do «acompanhamento de doentes crónicos, significa uma maior ligação aos médicos de família», revelou Pita Barros, citado pelo “Diário Económico”. Também as propostas do Partido Socialista vão no sentido de alargar o papel das farmácias, passando estas a poder fornecer medicamentos que até aqui só eram dispensados nos hospitais. Pita Barros diz que «o princípio é bom, embora necessite de ser trabalhado». Pita Barros defende também que a remuneração das farmácias, ou seja, a margem de lucro sobre os medicamentos que vendem deve ser fixa. Desta forma, seria possível uma «estabilização das receitas da farmácia face a variações dos preços dos medicamentos», alerta o professor. Hoje, a margem de lucro das farmácias varia consoante o preço do medicamento: a percentagem é maior para os fármacos mais baratos e mais reduzida para os mais caros. A regra foi imposta pela troika, mas até 2011 as farmácias tinham uma margem fixa de lucro de 20%. O estudo de Pita Barros será apresentado amanhã no Parlamento durante o seminário da Associação Nacional das Farmácias com o mote “Um Novo Contrato Social para a Farmácia”. |