Plano de Saúde dos Açores tem obesidade, diabetes, AVC e cancro como prioridades
05 de agosto de 2014
A obesidade, a diabetes, os AVC, os enfartes e as doenças oncológicas são as prioridades do Plano Regional de Saúde dos Açores para o período 2014-2016, que será publicado amanhã.
«O Plano Regional de Saúde tem como objetivo, do ponto de vista de meta global, melhorar os indicadores de saúde dos açorianos. Quando falamos de indicadores estamos a falar de situações muito concretas, ou seja, reduzir a obesidade, reduzir a incidência da diabetes, reduzir a incidência de acidentes vasculares cerebrais ou propriamente dos enfartes, também controlar e no fundo promover estratégias no sentido das doenças oncológicas», frisou o secretário regional da Saúde dos Açores.
Luís Cabral falava aos jornalistas, à margem da apresentação do Plano Regional de Saúde, aprovado recentemente pelo Conselho de Governo dos Açores e que será publicado na próxima quarta-feira, depois de um período de discussão pública, que reuniu mais de 40 contributos.
O documento centra-se em quatro áreas de intervenção: promoção de estilos de vida saudável e prevenção de comportamentos de risco, combate às doenças crónicas, combate às doenças cérebro e cardiovasculares e combate às doenças oncológicas.
«Temos a consciência de que será impossível acabar com todas as doenças, mas temos também a consciência de que 80% das doenças têm uma base muito marcada naquilo que é o estilo de vida de cada um de nós, por isso, queremos ter intervenção otimizada em todas as áreas, mas principalmente nestas doenças, de forma a que as pessoas tenham estilos de vida mais saudáveis», frisou Luís Cabral, citado pela “Lusa”.
O plano prevê também a monitorização de indicadores de saúde, para avaliar a implementação das medidas e comparar dados de diferentes anos.
Nesse sentido, a tutela já iniciou um inquérito regional de saúde, contando atualmente com 466 respostas.
Luís Cabral destacou também que no final do ano escolar foram realizados seis mil inquéritos no âmbito do sistema de vigilância dos comportamentos de risco em jovens, que vão servir de base para a criação do Manual de Saúde Escolar.
Segundo o secretário da Saúde, a dificuldade na análise dos dados está no facto de nunca ter sido implementado este inquérito a nível regional, nem existirem dados nacionais, apenas dos Estados Unidos, onde a realidade é diferente.
Por isso, a tutela pretende aplicar o inquérito «de forma regular e uniforme todos os anos, para que se possa ir assistindo à evolução do indicador, mais do que mais propriamente o número do indicador de forma absoluta».
Ao contrário do que tinha sido feito em anos anteriores, o Plano Regional de Saúde para 2014-2016 não foi elaborado pelos médicos, mas pela Direção Regional da Saúde, continuando os profissionais a colaborar como consultores.
«Faz todo o sentido que à semelhança de outras realidades nacionais, como o Plano Nacional de Saúde, por exemplo, fosse uma equipa da Direção Regional de Saúde que estivesse mais diretamente envolvida na elaboração, indo buscar o contributo de todos os profissionais que considerassem necessários e que já vinham colaborando nesta área», frisou.
Os dados dos indicadores de saúde recolhidos serão disponibilizados anualmente e a aplicação das medidas será acompanhada pelas unidades de saúde pública da região, o que segundo, Luís Cabral, irá «responsabilizar as unidades de saúde pública, na persecução das medidas de melhoria de saúde em cada uma das ilhas».