A plataforma de apoio a doentes com alergias alimentares “Senhora Alergia” escreveu uma carta aberta ao primeiro-ministro a defender a comparticipação total no preço das canetas de adrenalina.
“Elas só são comparticipadas pelo Estado a 37%, o que sai bastante caro aos doentes e por isso pedimos a comparticipação a 100%”, explicou Sofia Luz, especialista em imunoalergologia, à Agência Lusa.
Segundo Sofia Luz, a carta aberta serviu para pedir uma revisão da comparticipação das canetas de adrenalina, à semelhança do que acontece com alguma medicação para doenças crónicas, explicando: “os alérgicos alimentares correm risco de vida todos os dias e devem ser portadores de duas canetas de adrenalina em permanência”.
A especialista referiu ainda que as canetas têm a validade de um ano, mas os fornecedores estão a vender com um prazo de sete a oito meses.
“Teoricamente de sete em sete meses as pessoas têm de comprar pelo menos duas canetas. Muita gente não compra, isso é um impeditivo e [a pessoa] corre riscos todos os dias”, disse.
Na carta aberta, a plataforma alerta para a importância da caneta de adrenalina e sensibiliza as entidades públicas para o aumento do número de pessoas com alergias alimentares, que nos últimos 10 anos subiu 50%. Segundo a “Senhora Alergia”, a alergia alimentar afeta cerca de 8% da população.
A plataforma “Senhora Alergia” indica também que há muita confusão entre o que é ser intolerante a um alimento (digerir mal e ficar maldisposto, mas sem risco de vida) e ser alérgico, que implica morrer em minutos apenas por ingerir, cheirar ou contactar com o alimento em causa.