Plataforma identifica oncologia e neurociências para aposta no mercado global 03-Mar-2014 O Health Cluster Portugal, plataforma que reúne universidades, hospitais e empresas, identificou oncologia e neurociências como áreas competitivas na saúde e que devem ter uma «especialização inteligente» para entrar no mercado global, disse hoje um responsável da entidade. «Estamos a trabalhar no sentido da especialização inteligente para encontrar áreas onde o país tem mais competências e tentar chegar a duas, três ou quatro» para serem alvo de aposta, explicou hoje à agência “Lusa” o diretor executivo do Health Cluster Portugal (HCP), Joaquim Cunha. «Já estão duas identificadas, a oncologia e as neurociências, em que temos competências firmadas, somos razoavelmente competitivos à escala global, são áreas em que o mercado global está recetivo e quer comprar. Dentro destas ainda temos de encontrar nichos», explicou o responsável. «Este ano temos, então, duas grandes apostas estratégicas» e o objetivo é «colocar Portugal no mapa em termos das redes internacionais, na área da saúde, tendo em vista, desde logo, o Horizonte 2020», o programa de fundos da União Europeia, que inclui o financiamento da investigação científica, especificou o diretor executivo do HPC. Com sede na Maia, Porto, o HCP tem como objetivo promover iniciativas no setor da saúde visando a consolidação de um pólo nacional de competitividade, inovação e tecnologia, de vocação internacional, através da cooperação entre empresas, organizações, universidades e entidades públicas. A saúde é encarada como um setor económico, gerador de negócios, que pode ajudar na recuperação da crise financeira do país, através da criação de emprego qualificado e da contribuição para as exportações. Segundo dados citados por Joaquim Cunha, Portugal vende a outros países cerca de mil milhões de euros, gerados na saúde, valor superior às exportações do vinho ou da cortiça. A tarefa do HCP enfrenta algumas dificuldades pois os portugueses «não estão habituados» a trabalhar em conjunto e a definir estratégias. «Na saúde, no que toca à ciência, temos um desempenho interessante nos últimos anos, e na prestação de cuidados também, e onde temos sido menos consequentes» é na transformação do conhecimento em produtos e serviços, também para exportação. «Se encontrarmos nichos, talvez faça sentido que, quer as empresas, quer as autoridades com a gestão dos fundos a seu cargo, os direcionem de forma privilegiada para as escolhidas» e assim seja possível «ganhar massa crítica», acrescentou o diretor do HCP. Esta intenção seria «materializada» em iniciativas e projetos de grande dimensão que sejam mobilizadores e envolvam parte considerável do setor essencialmente constituído por 10 instituições de ciência básica, hospitais (principalmente as unidades escola e os IPO), mais de 20 empresas nacionais e grupos multinacionais. «Estamos na fase de refletir, de realizar encontros, depois vamos falar de projetos concretos para aqueles que estiverem de acordo em juntar-se ao projeto» e já há algumas ideias a seguir, avançou o responsável do HCP. |