A Plataforma Saúde em Diálogo vem juntar-se às vozes que contestam a criação do grupo de trabalho criado para estudar os modelos de proximidade na dispensa de medicamentos hospitalares, à revelia das entidades que são diretamente intervenientes no processo.
Agora, a Plataforma quer integrar formalmente o grupo de trabalho e disso mesmo deu conta em carta enviada à secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, no dia 10 de Julho.
«Vimos, desta forma, exigir a nossa inclusão formal neste e em qualquer outro grupo de trabalho em que sejam discutidas decisões que afetam a saúde de todos nós», escreveu Rosário Zincke, presidente da Plataforma Saúde em Diálogo, associação que representa 55 associações de doentes, promotores de saúde, profissionais de saúde e consumidores.
Na carta, a Plataforma manifestou «total estupefacção e profundo desagrado» com o facto de ter sido excluída do grupo de trabalho, que inclui representantes de várias unidades hospitalares, da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica e do INFARMED, a quem compete coordenar o grupo.
A Plataforma Saúde em Diálogo entende que o grupo de trabalho exclui os destinatários das medidas: as pessoas com doença. Esta decisão é «uma terrível e clara afronta à tão proclamada prioridade deste XXII Governo Constitucional: ‘tornar o Serviço Nacional de Saúde mais justo e inclusivo, respondendo melhor às necessidades da população’’».
Nos últimos meses, a Plataforma demonstrou «total disponibilidade» para colaborar nos processos de decisão relativos à Saúde, nomeadamente no contexto da pandemia. Nesse sentido, escreveu ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, no início de maio. «Queremos, devemos e podemos fazer parte da solução desde a sua conceção até à sua implementação e, posteriormente, durante a sua avaliação periódica», afirma Rosário Zincke na carta agora enviada.