Plataformas de IA: Saiba quais os laboratórios que correm maior risco reputacional 454

Um estudo que teve como objetivo compreender se as Top 10 empresas farmacêuticas com maior volume de faturação no país estão a ter em conta o seu posicionamento em ferramentas de Inteligência Artificial (IA), concluiu que Bial, Bayer e Novartis são as empresas que correm menor risco reputacional.

No seguimento do I e II Observatório Pharma de Redes Sociais, o ROI UP Group realizou um novo estudo, um white paper sobre reputação online em plataformas de IA focado no setor Pharma, A Pegada Digital Generativa das TOP 10 farmacêuticas de Portugal: Reputação em tempos de IA

Esta“análise permitirá às empresas visadas [Pfizer, Bial, Novartis, Hovione, Hikma, Johnson&Johnson, Fresenius Kabi, Sanofi, Bayer e Roche] saber o estado da sua Pegada Digital Generativa e como podem otimizar a sua reputação online ao fortalecer a sua presença em todo o ecossistema digital”, afirma Mafalda Guedes Miguel, Diretora do ROI UP Group em Portugal, em comunicado.

A pertinência do estudo prende-se também, segundo afirma o ROI UP Group, no comunicado citado, com o facto de a Inteligência Artificial ser um novo player essencial em qualquer estratégia digital e para o setor, em particular com o crescimento de pesquisa em IA frente ao Google, sendo preciso controlar a informação aí gerada porque tem o poder de influenciar a tomada de decisão ou opinião de consumidores, profissionais de saúde e stakeholders.

 

As empresas com menor e maior risco reputacional

Para medir o risco reputacional das farmacêuticas foi desenvolvido um barómetro cuja média – de 0 a 5 – reflete os resultados obtidos entre os parâmetros ‘Avaliações e ‘Presença’.

No parâmetro das avaliações, foram tidas em consideração as avaliações de plataformas de emprego (Indeed, Glassdoor, Teamlyzer), as opiniões presentes no Google Maps e Portal da Queixa, além de ser atribuída uma classificação numérica com base nos resultados do Google (search, imagens e vídeos).

Para a presença foram considerados os canais ativos e com caráter local (ou globais com presença de conteúdos locais) de LinkedIn, Facebook, Instagram, X, TikTok e YouTube, bem como a existência no Google de notícias, comunicados de imprensa ou outras colaborações com meios, um fator muito importante para a perceção pública.

Com uma média de 3, as empresas Johnson&Johnson, Fresenius Kabi, Pfizer e Sanofi apresentam alguns riscos ao nível dos resultados apresentados em IA, sendo possível melhorar a sua imagem em ambientes generativos.

Já as empresas com uma média igual ou superior a 4, como a Bial, Bayer e Novartis, têm menor probabilidade de ver a sua reputação afetada pela informação gerada por ferramentas de IA porque têm uma presença online mais forte.

“Aquilo que verificámos ao desenvolver esta análise é que as farmacêuticas que apresentam pontuações mais baixas ao nível das avaliações estão mais sujeitas a ser associadas a informações negativas e/ou incorretas quando pesquisadas nas ferramentas de Inteligência Artificial, correndo maiores riscos reputacionais”, explica Mafalda Guedes Miguel, acrescentando que, “por outro lado, com menor presença a nível local, estas empresas também se veem mais condicionadas na resposta a potenciais crises reputacionais, gerando assim uma perceção mais negativa acerca da marca. É toda esta conjugação de fatores que explica este barómetro que criámos e os resultados aí apresentados”.

 

Os pontos que mais requerem atenção em IA

Os 3 eixos estratégicos de uma marca, e que mais pesam na sua perceção e reputação, estão relacionados com a ‘Empresa’, ‘Produtos’ e ‘Trabalho’. Assim sendo, realizaram-se pesquisas em ChatGPT, Gemini, Copilot e Perplexety para entender o que se sabe sobre determinada empresa, o que se diz sobre os seus produtos e como é o seu ambiente laboral.

De acordo com o estudo, os pontos que precisam de maior atenção em IA estão relacionados com produtos e trabalho. “Por exemplo, a Pfizer, Novartis, Johnson&Johnson e Bayer mostram alertas relacionados com produtos em mais do que uma plataforma, nomeadamente no ChatGPT e Gemini. Já 60% das empresas apresentam pontos de atenção no que diz respeito a ‘Trabalho’, sendo que só a Hikma apresenta pontos de atenção em 3 das 4 plataformas de IA analisadas devido a reviews negativas de outros colaboradores”, destaca a diretora do ROI UP Group em Portugal.

Ou seja, existe informação em ambiente generativo que pode prejudicar a reputação das marcas. Logo, “as farmacêuticas devem auditar regularmente como são mencionadas em ferramentas de IA e garantir que as respostas geradas refletem informações corretas e alinhadas com o seu posicionamento”, sugere o ROI UP Group, acrescentando que caso existam problemas “é preciso aplicar estratégias de conteúdo e de comunicação – como ao nível de Employer Branding – para garantir melhorias na reputação online, sobretudo se for tido em consideração que mais de 50% dos portugueses já recorrem à Inteligência Artificial para obter informações”.