Pneumonia mata 16 portugueses por dia e maioria desconhece risco real da doença 10 de Maio de 2016 A pneumonia é responsável por mais de 16 mortes por dia, em Portugal, no entanto mais de 60% das pessoas desconhecem o real risco de mortalidade da doença e não tomam medidas preventivas, revela hoje um estudo. Trata-se de um relatório internacional sobre conhecimento e perceção da pneumonia, que teve por base um inquérito realizado entre 23 de novembro de 2015 e 15 de fevereiro de 2016, junto de mais de 9.000 pessoas a partir dos 50 anos, provenientes de nove países da Europa, um dos quais Portugal. O estudo, citado pela “Lusa”, conclui que o conhecimento e a compreensão sobre pneumonia em Portugal é «forte», já que 96% afirmam saber o que é a doença, 81% identificam-na como uma infeção pulmonar e 60% acham que algumas formas de pneumonia podem ser contagiosas. No entanto, existe uma «falha» na associação da gravidade da doença com o risco de a contrair e com as suas consequências para a saúde. Segundo o inquérito, em Portugal, 95% das pessoas acham que a pneumonia é grave, mas apenas 23% estão preocupadas com o risco de contrair a doença e só 27% das pessoas com «risco mais elevado» reconhecem ter um risco muito elevado, praticamente a mesma proporção de pessoas com baixo risco. Quanto à mortalidade causada por pneumonia, a perceção também é desfasada da realidade, já que apenas 36% acreditam que «até 20% dos adultos que contraem a doença irão morrer disso». O inquérito revelou mesmo que mais de uma em cada sete pessoas considera a pneumonia uma «constipação de tipo grave» ou «semelhante à gripe». Quando comparado com outras causas de morte, 61% dos portugueses consideraram que a doença cardíaca mata mais e 21% acharam que os acidentes rodoviários são causadores do número mais elevado de mortes em Portugal. Na verdade, segundo o estudo, a pneumonia é responsável por sete vezes mais mortes do que os acidentes rodoviários e 135 mais mortes do que a gripe. Os dados de mortalidade mais recentes, apresentados no estudo, revelam que a pneumonia foi responsável por 5.935 mortes em Portugal, em 2013, comparativamente com 733, em acidentes rodoviários e 44 devido à gripe. Quanto ao conhecimento sobre se a pneumonia se pode ou não prevenir e como o fazer, «existe muita incerteza»: metade acredita que pode ser prevenida a outra metade julga que só pode ser tratada. Entre as medidas preventivas, a maioria aponta para manter-se em forma e saudável (94%), não fumar (92%), evitar períodos longos em salas com ar condicionado (83%), usar roupas quentes (79%), evitar contacto com crianças doentes (78%), ser vacinado (73%). Relativamente à vacina preventiva contra a pneumonia, 40% dos inquiridos têm conhecimento da sua existência, mas apenas 14% das pessoas com risco elevado de contrair a doença foram vacinadas, comparativamente com 6% do grupo de risco mais baixo. De entre as pessoas que se vacinaram, a grande maioria (84%) revelou tê-lo feito por aconselhamento médico. O inquérito para este estudo, que será hoje publicado, foi realizado pela Ipsos Mori, uma empresa de estudos de mercado, no Reino Unido, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Áustria e República Checa. Ao todo envolveu de 9.029 adultos com idade igual ou superior a 50 anos, 1.001 dos quais portugueses. |