Politécnico da Guarda utiliza plantas da Serra da Estrela para prevenir e tratar diabetes 690

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai utilizar produtos naturais derivados de plantas do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) para desenvolver suplementos alimentares para a prevenção e tratamento da diabetes.

O estudo será desenvolvido no âmbito do projeto Pharmastar, em colaboração com o Instituto Superior Técnico (IST) e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). Já a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) irá colaborar nos ensaios a realizar para aferir a viabilidade das novas formulações.

“A diversidade botânica do PNSE ainda está pouco estudada, mas trata-se de um ecossistema natural rico em compostos bioativos com elevado potencial antidiabético”, afirmou Luís da Silva, investigador responsável pelo projeto no IPG, citado pela Lusa. Segundo o responsável, serão desenvolvidas “formulações de base natural para serem colocadas no mercado, utilizando princípios bioativos de plantas endógenas da Serra da Estrela”.

“Serão utilizados como excipientes, agentes de libertação modificada obtidos de extratos e fitoquímicos da bolota do carvalho, sobreiro, azinheira e da própolis, uma substância resinosa recolhida das abelhas com propriedades antibacterianas”, adiantou. Para além do Centro de Potencial e Inovação de Recursos Naturais (CPIRN) do IPG, fazem parte do projeto Pharmastar os centros de investigação CERENA do IST e iMed da FFUL.

“O CPIRN, através da experiência adquirida pelos seus investigadores e projetos, irá aplicar a tecnologia desenvolvida na produção de biomateriais e nano-sistemas neste projeto. Os compostos bioativos serão encapsulados nestes sistemas para uma entrega mais controlada e direcionada potenciando os seus efeitos terapêuticos”, afirmou, por sua vez, Paula Coutinho, coordenadora do CPIRN.

O IPG adiantou que o IST irá efetuar o mapeamento das plantas do PNSE, com recurso a drones e outras ferramentas. O projeto Pharmastar terá um orçamento de mais de 300 mil euros, em parte financiado pelo programa Promove da Fundação “la Caixa”, uma parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia destinada à dinamização das regiões do interior de Portugal.