A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) está a desenvolver um dispositivo que permite identificar um grupo sanguíneo de forma «mais rápida, simples e económica», foi hoje anunciado.
Segundo a ESTeSC-IPC, com o projeto do novo dispositivo, que foi distinguido com uma bolsa StartUp Voucher, pelo IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, «identificar o grupo a que pertence uma amostra de sangue poderá passar a ser um processo mais rápido, simples e económico do que o atual».
«A ideia passa por criar uma microplaca que permitirá analisar 12 amostras de sangue em simultâneo, reduzindo, assim, para mais de metade, os custos com o procedimento de determinação sanguínea», explica a ESTeSC em comunicado hoje enviado à agência “Lusa”.
A investigação está a ser desenvolvida por Cristiana Mourato (licenciada em Ciências Biomédicas Laboratoriais pela ESTeSC) sob orientação do docente Fernando Mendes, com a colaboração de Diana Martins (docente da ESTeSC) e de Ricardo Teixo (investigador, e mestre em Bioquímica pela Universidade de Coimbra).
Segundo a nota, atualmente existem vários procedimentos para realizar análises de determinação sanguínea, mas «todos implicam a utilização de equipamentos onerosos e permitem apenas a observação [de] amostras isoladas».
Cristiana Mourato, citada no comunicado, salienta que «a CARD, que é a estratégia mais utilizada, implica a utilização de uma centrifugadora específica e dispendiosa, que só é utilizada neste tipo de análise».
O dispositivo que está a ser desenvolvido na ESTeSC-IPC «dispensa a utilização deste tipo de equipamentos adicionais, o que – a par com a possibilidade de analisar 12 amostras em simultâneo – permitirá reduzir significativamente os custos do procedimento».
A microplaca permitirá «realizar a análise direta e reversa [células e plasma] do sangue em simultâneo», o que representa mais uma vantagem face aos equipamentos existentes, de acordo com Cristiana Mourato.
Com o apoio da bolsa StartUp Voucher, iniciada na sexta-feira, Cristiana Mourato dedicar-se-á em exclusivo e durante um ano ao desenvolvimento do projeto, sendo que o objetivo é «ter o dispositivo pronto a comercializar no final deste período».
O projeto da ESTeSC já tinha conquistado, em 2017, o 2.º prémio do concurso regional Poliempreende e a fase final do concurso Arrisca C.