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Porto acolhe ensaios clínicos com pembrolizumab, para tratar cancro

14 de Dezembro de 2015

No Centro Hospitalar do Porto decorrem pelo menos quatro ensaios clínicos com pembrolizumab para o tratamento de cancros do pulmão e cabeça e pescoço.

 

Mas este medicamento da área da imunoterapia, que se apresenta como uma alternativa à quimioterapia, está também a ser testado nos cancros do rim, bexiga e mama, a única área em que os resultados parecem não ser tão promissores.

À semelhança do que têm mostrado vários ensaios internacionais, os resultados alcançados no Porto são bons. «Já temos doentes a fazer há oito meses e a resposta tem sido muito boa, com a doença a diminuir bastante», sublinhou Ana Castro, oncologista no Centro Hospitalar do Porto, de acordo com o “DN”.

O acesso ao medicamento em Portugal, ainda em avaliação económica, está a ser feito através dos ensaios clínicos ou de programas de acesso precoce que permite dar o medicamento sem custos para o SNS. O tratamento é injetável e feito a cada três semanas. A duração é de dois anos se entrar em remissão completa ou até existirem sinais de toxicidade ou se houver evolução da doença.

Para o tratamento do melanoma metastizado foram precisos 40 anos até surgirem no mercado novas soluções para os doentes que não respondiam a nenhum dos tratamentos disponíveis. Em 2011 surgiu no mercado o ipilimumab, também disponível em Portugal. Os resultados do pembrolizumab são encorajadores. «No primeiro ano cerca de 70% dos doentes estão vivos. Aos dois anos [de tratamento] a percentagem de doentes é um pouco superior ao dobro do ipilimumab», adiantou Ana Castro, relembrando que ao fim de dez anos 20% dos doentes tratados com o ipilimumab mantém-se em remissão total e sem problemas.

A imunoterapia está a ser uma das principais armas no combate ao cancro. «O que vamos fazer com a imunoterapia é educar o sistema imunitário para reconhecer os tumores e os destruir. É feito através de recetores e moléculas que também temos nos tecidos saudáveis. A imunoterapia é uma das grandes armas, mas não posso dizer se alguma vez vamos deixar de usar a quimioterapia», refere a médica. Quanto à combinação deste medicamento com tratamentos mais antigo, “como já temos resultados da imunoterapia podemos ir mais longe e fazer combinações com a imunoterapia como pilar”.