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Porto Cancer Meeting debate tratamentos mais personalizados na oncologia

 


24 de abril de 2018

Investigadores, oncologistas e representantes da indústria vão reunir-se esta quinta e sexta-feira no XXV Porto Cancer Meeting (PCM) para analisar os avanços na área da imuno-oncologia que têm demonstrado um «impacto relevante» no controlo da doença oncológica.

Os diferentes desenvolvimentos da imuno-oncologia «permitem personalizar, isto é, aplicar a cada doente a versão terapêutica mais adequada à sua situação concreta. De forma simplificada, pode dizer-se que a imuno-oncologia veio personalizar a chamada medicina de precisão», explicou Sobrinho Simões, presidente do Ipatimup e vice-diretor do i3S.

Organizado pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto – Ipatimup/i3S, o PCM é nesta edição subordinado ao tema “Cancer Wars: The Immune Force Awakens”.

Num comunicado enviado à “Lusa”, o oncologista Júlio Oliveira, da organização do encontro, salienta que «a comunidade médica e científica trabalha no sentido de continuar a inovar nesta área, procurando oferecer aos doentes tratamentos mais personalizados, diminuindo os efeitos tóxicos e aumentando a sua eficácia».

Na base da imuno-oncologia, explica a organização, está a «utilização de estratégias terapêuticas que ativam o sistema imunitário do doente, que atua como mecanismo de combate às células neoplásicas».

Apesar dos recentes avanços científicos, que levaram a uma melhor compreensão dos mecanismos que regulam a interação entre o sistema imunitário e o cancro, «existem ainda obstáculos importantes no campo da imuno-oncologia, nomeadamente a necessidade de desenvolver medicamentos que sejam consistentemente eficazes na maioria dos doentes e nos diferentes tipos de cancro», salienta.

É igualmente fundamental, acrescenta, «prever de forma mais precisa a resposta ao tratamento, encontrando biomarcadores e integrando-os na prática clínica, superar os mecanismos de resistência à imunoterapia e desenvolver medicamentos inovadores, assim como estudos clínicos que permitam otimizar estratégias terapêuticas, por exemplo, mediante a combinação de imunomodeladores com terapias celulares ou com tratamentos antineoplásicos já conhecidos».

O primeiro Porto Cancer Meeting realizou-se em 1992 e agora que se assinala a sua 25.ª edição, Manuel Sobrinho Simões sublinha o «orgulho» por ter conseguido que se tenha mantido «sempre vivo e de boa saúde ao longo de tantos anos».