10 de outubro de 2017 O Porto está entre as cinco cidades favoritas para acolher a Agência Europeia do Medicamento (EMA), aparecendo classificada com «performance de topo» ou «qualidade muito elevada» nas seis dimensões da avaliação, segundo um estudo hoje divulgado. Feito pela consultora Ernst & Young, a pedido da Associação Comercial do Porto (ACP), o estudo “A posição do Porto no processo de relocalização da EMA” coloca a candidatura portuguesa «entre as mais fortes» na corrida à relocalização da agência (que vai deixar o Reino Unido), juntamente com Amesterdão, Copenhaga, Estocolmo e Viena. «O Porto está em jogo para ganhar», frisou Eurico Castro Alves, representante da Câmara do Porto na Comissão de Candidatura Portuguesa à relocalização da EMA, durante a apresentação da análise «crítica e independente» às 19 candidaturas. De acordo com um dos autores do estudo, Hermano Rodrigues, o Porto «destaca-se pelo equilíbrio da candidatura», já que «está sempre entre o primeiro e o segundo campeonato em todos os critérios», obtendo a pontuação máxima em quatro critérios e a segunda melhor classificação nos restantes seis, algo que não acontece com Copenhaga ou Amesterdão, por exemplo. Segundo o relatório, «o Porto surge com a classificação máxima em quatro dos seis critérios, estando no segundo patamar no que respeita às acessibilidades da cidade e transportes e na oferta educativa dos filhos dos funcionários da EMA», avançou a “Lusa”. «Uma notação elevada, e estável, nos seis critérios, é um argumento importante na distinção entre boas candidaturas», acrescenta o documento. A classificação máxima diz respeito às “características do edifício” para acolher a sede da agência”, à “integração social das famílias” dos seus funcionários”, à “capacidade para assegurar o funcionamento da EMA durante o período de transição” e à “distribuição geográfica” de agências internacionais. «Foram analisadas também as outras candidaturas e colocadas comparativamente, numa lógica de rating e não de ranking. Isto foi feito à luz dos critérios definidos e da nossa interpretação dos critérios, que é, necessariamente, subjetiva. Mas o objetivo foi fazer um estudo incisivo, crítico e independente», frisou Hermano Rodrigues, um dos autores do estudo. Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, destacou que o Porto «está entre as cinco cidades favoritas» para acolher a EMA, pelo que «tudo pode acontecer» e «pode mesmo ganhar». «Vamos lutar até à última pela vitória», vincou. Questionado sobre qual o lugar que o Porto ocupa entre as cinco melhores classificadas no estudo realizado, Nuno Botelho vincou: «Interessa-nos é acabar em primeiro». Para Ricardo Valente, também representante da comissão de candidatura, o estudo demonstra «que o Porto faz parte de uma primeira liga europeia» e que a cidade «é capaz de ser uma centralidade relevante para o país». O também vereador da Câmara do Porto notou que o Porto «é a única candidatura com luz verde para as três localizações propostas», nomeadamente para a da praça D. João I, tendo garantido em Bruxelas, a 06 de outubro, que o edifício Palácio Atlântico, com 29 mil metros quadrados, «tem capacidade para acolher 1300 pessoas». «As localizações do Porto são um ponto forte e o Porto é a única cidade a apresentar três localizações que se enquadram nos critérios definidos pela União Europeia», frisou. Ricardo Valente admitiu que as ligações aéreas do Porto a outras capitais europeias «são um problema que não há como esconder», mas frisou tratar-se de um problema resolúvel. Isto porque o aeroporto «tem capacidade de expansão para um aumento da oferta» até aos 20 mil passageiros por ano e «porque se a EMA vier para o Porto as companhias aéreas certamente irão colmatar as falhas atualmente existentes». «Estamos a sensibilizar Bruxelas para esta questão», vincou. |