Portugal atento a medicamento que pode ser perigoso e à venda desde fevereiro
11-Abr-2014
Portugal, em conjunto com outros países da Europa, está a acompanhar o caso de possíveis reações adversas a um medicamento para a esquizofrenia mas o mesmo continua à venda, informou ontem fonte oficial.
O medicamento em causa, Xeplion, pode ter causado até 17 mortes no Japão desde novembro do ano passado, informou hoje a unidade japonesa da farmacêutica internacional Janssen Pharmaceuticals.
Contactada pela agência “Lusa” a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (INFARMED) disse ter sido notificada de uma reação adversa ocorrida em Portugal com a substância ativa, em 2013, durante um ensaio clínico (manifestada através do agravamento da doença).
«O INFARMED e as restantes agências europeias encontram-se, em articulação com a EMA (Agência Europeia do Medicamento), a acompanhar este caso, mas ainda não temos informação adicional a transmitir», foi dito à agência “Lusa”.
O medicamento, segundo dados do INFARMED, foi aprovado pela Comissão Europeia a 4 de março de 2011 e está a ser comercializado em Portugal desde 1 de fevereiro deste ano, em dosagens de 75, 100 e 150 miligramas.
A Janssen Pharmaceuticals, uma filial do grupo norte-americano Johnson and Johnson, aconselhou os médicos japoneses a usarem o medicamento com muita prudência, apesar de não estar comprovada a ligação do Xeplion às mortes.
Segundo as estimativas da unidade japonesa da Janssen Pharmaceuticals, o medicamento terá sido usado por cerca 10.700 pessoas desde o seu lançamento no mercado nipónico a 19 de novembro do ano passado.
As causas das 17 mortes registadas incluem ataque cardíaco, embolia pulmonar e asfixia por inalação de vómito.
Em muitos destes casos, os óbitos verificaram-se cerca de 40 dias após terem sido administradas injeções do medicamento.
Numa nota informativa divulgada na página online da unidade nipónica da Janssen Pharmaceuticals, a farmacêutica indica que a «substância pode permanecer no organismo até pelo menos quatro meses após ter sido administrada», aconselhando os médicos a ficarem atentos a qualquer efeito colateral.