Portugal é dos países europeus com mais danos devido a infecções por bactérias resistentes 1014

O mais recente estudo do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla inglesa) estima que tenha havido 1158 mortes por infecções por bactérias resistentes a antibióticos, em Portugal, em 2015. O país destaca-se pela negativa no que diz respeito à mortalidade e incapacidade, ao aparecer em quarto lugar na lista europeia que mede o impacto de infecções causadas por bactérias resistentes a antibióticos. 

O estudo, cujo artigo científico é esta terça-feira publicado na revista “The Lancet Infectious Diseases”, calcula o número de casos, mortes e anos de vida saudável perdidos (quer por incapacidade, quer por morte prematura) de utentes dos serviços públicos de saúde dos países que integram o Espaço Económico Europeu (28 Estados-membros da União Europeia mais a Islândia, Liechtenstein e Noruega). Assim, afere-se o peso destas infecções, ou seja, os danos que elas provocam.

Com base nos dados de 2015 da Rede Europeia de Vigilância da Resistência Antimicrobiana (EARS-Net), foi estimado o peso de cinco tipos de infecção – da corrente sanguínea, do trato urinário, do trato respiratório, do sítio cirúrgico e outras infecções, com um intervalo de confiança de 95%. Concluiu-se que há, por ano, cerca de 672 mil infecções. Estas resultam em cerca de 33.110 mortes e 875 mil anos de vida saudáveis perdidos.

Isto significa que, na Europa, por cada 100 mil habitantes há, aproximadamente, 131 infecções. Estas causam cerca de seis mortes e a perda de 170 anos de vida saudável.

O Estudo estima que haja, por ano, cerca de 672 mil infecções nos países do Espaço Económico Europeu. E que estas resultem em cerca de 33.110 mortes

De acordo com o jornal “Público”, os resultados do estudo sugerem ainda que a maioria destas infecções por bactérias resistentes a antibióticos se manifestou em hospitais e outros estabelecimentos de saúde. Foi o caso de 63,5% das infecções totais e 72,4% daquelas que resultaram em morte. Isto pode ser minimizado, diz o estudo, com «medidas adequadas de prevenção e controle de infecções» e a administração «prudente» de antibióticos.