Portugal participa em projeto europeu para troca de informação sobre indisponibilidade de medicamentos 364

O Conselho Geral de Farmacêuticos de Espanha, a Ordem dos Farmacêuticos em França, a Associação Nacional das Farmácias e a Federação de Farmacêuticos de Itália, chegaram a um acordo que facilita a cooperação internacional na partilha de informação sobre a indisponibilidade de medicamentos a nível europeu.

O projeto, financiado pela Comissão Europeia através do programa da Saúde Europeia Digital, foi baseado no Centro de Informação sobre Medicamentos (CISMED), um sistema implementado nas farmácias espanholas e desenvolvido pelo Conselho Geral de Farmacêuticos de Espanha.

O objetivo desta iniciativa, que decorreu durante o ano de 2020, é explorar a utilidade da partilha de informação comparável sobre indisponibilidades ao nível supranacional, de modo a ultrapassar vários desafios, como a ausência de uma identificação unívoca e harmonizada de medicamentos na Europa, a inexistência de um protocolo comum de reporte, bem como as diferentes definições nacionais de indisponibilidades de medicamentos, que, por norma, não incluem parâmetros para quantificar a gravidade do problema.

Jesus Aguilar, presidente do Conselho Geral de Farmacêuticos de Espanha, chama atenção para o facto de “após doze meses de trabalho, e em tempo de pandemia, tornou-se claro que a troca de informação entre organizações farmacêuticas destes países, gera conhecimento valioso para as autoridades de saúde”. Adicionalmente, Jesus Aguilar acrescenta que os resultados revelaram “que a informação gerada pelas farmácias tem enorme potencial para a deteção atempada de problemas de fornecimento de medicamentos e facilita uma cooperação internacional efetiva que mitigue o seu impacto. Estamos convencidos que este projeto irá contribuir de forma significativa para o futuro Sistema Europeu de Deteção e Notificação de Indisponibilidades”.

O projeto conclui que os sistemas de reporte das farmácias são essenciais para antecipar problemas no fornecimento de medicamentos. Adicionalmente, é aconselhado que estes sistemas incluam uma funcionalidade de reporte automático e em tempo real das farmácias, o que facilita uma ação mais atempada e efetiva. Para diminuir as diferenças na designação de medicamentos, propõe-se a utilização de uma denominação internacional comum e estandardizada, como a SNOMED CT, de forma a trocar informação comparável.

Para consultar mais resultados do projeto visite o site.