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Portugal perto de garantir acesso à Aliança M8, o G8 da saúde

17 de Julho de 2015

A candidatura portuguesa à rede de instituições académicas de saúde Aliança M8 teve «grande recetividade», disse ontem em Berlim o ministro da Saúde, Paulo Macedo, que anunciou que Portugal vai ser convidado do fórum organizado pela associação BME.

 

A Aliança M8 surgiu do grupo G8, mas destina-se à área da saúde e envolve 17 membros de 13 países. Portugal surgirá representado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

 

A BME é uma associação com mais de 9.000 membros individuais e corporativos, desde grandes a pequenas empresas, que tem como volume de bens e serviços adquiridos cerca de 1,25 mil milhões de euros por ano.

 

Todos os anos, 2.000 compradores participam em Berlim no fórum organizado pela BME – volta a realizar-se em fevereiro de 2016 – e o presidente da associação, Christopher Feldmann, que elogiou a competitividade portuguesa, disse hoje aos jornalistas que as empresas portuguesas terão faturado em anteriores participações aproximadamente 100 milhões de euros.

 

O ministro da Saúde, que hoje terminou uma visita de dois dias à Alemanha, abordou ainda a reunião que manteve com o hospital Charité, em Berlim, o maior hospital universitário da Europa, que terá demonstrado igualmente interesse em colaborar com os centros hospitalares de S. João, no Porto, Lisboa Norte (Santa Maria) e Coimbra.

 

O responsável da tutela recebeu ainda na embaixada portuguesa em Berlim um conjunto de investigadores da área da saúde radicados na Alemanha e admitiu que Portugal quer aumentar a valorização da investigação clínica.

 

Paulo Macedo quer igualmente capturar mais ensaios clínicos para Portugal, até porque esta pode ser uma importante fonte de receita para os hospitais que têm centros com estas valências.

 

Os investigadores abordaram com Paulo Macedo a evolução das suas carreiras em países estrangeiros e um deles, António Nunes, que investiga na área da imagem médica correlacionada com a oncologia, em Munique, depois de um doutoramento em Londres, assumiu o desejo de um dia regressar, até para retribuir aquilo que Portugal investiu na sua formação.

 

«Mas a ciência é algo sem fronteiras, assim como a investigação. Faz-se muito boa investigação em Portugal», sublinhou.

A despesa com a saúde em Portugal vai aumentar nos próximos anos na sequência da recuperação dos salários, investimentos em novas unidades de cuidados continuados e ainda com uma atenção reforçada na inovação terapêutica, disse Paulo Macedo à agência “Lusa”.

 

Paulo Macedo, que esteve no ministério alemão da saúde, explicou que responsáveis alemães do setor revelaram atenção com o envelhecimento e procuraram saber que estratégia Portugal está a utilizar com os cuidados continuados.

 

De acordo com o governante, existe no norte da Europa uma questão demográfica que será necessário resolver na base: é preciso aumentar a natalidade para se equilibrar a rede de cuidados aos mais idosos, já que a esperança de vida tende a aumentar, aliás, como em Portugal, sinal de uma melhor qualidade de vida.