Portugal poderá ter agência especializada no financiamento à investigação clínica 691

Portugal poderá ter agência especializada no financiamento à investigação clínica

19 de Abril de 2016

O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior afirmou ontem que competirá ao grupo de trabalho, criado para «estimular» a investigação clínica e de translação, validar «a criação de uma agência especializada no financiamento à investigação clínica».

«Foi criado um grupo de trabalho para estimular a investigação de translação e investigação clínica», disse o ministro Manuel Heitor, destacando que «tem como principal função vir a perceber a oportunidade de criar em Portugal uma agência especializada no financiamento à investigação clínica, certamente em estreita colaboração com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e o INFARMED, e, naturalmente, vindo a incluir laboratórios de referência que possam associar a investigação clínica à prevenção da saúde pública», citou a “Lusa”.

Segundo o ministro da Ciência, que falava na sessão comemorativa do 42.º aniversário do Instituto Português de Oncologia (IPO/Porto), no âmbito desta aposta de associar a investigação clínica à prevenção da saúde pública, prevê-se «uma reestruturação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)».

De acordo com a resolução do Conselho de Ministros de 24 de março, publicada em Diário da República na semana passada, que aprova a criação deste «grupo de trabalho que visa estudar e propor medidas de promoção de investigação clínica e de translação e da inovação biomédica em Portugal», é objetivo desta equipa «garantir os procedimentos necessários de controlo de qualidade e de prevenção de saúde pública, através da adequada integração das atividades desenvolvidas» pelo INSA.

No seu discurso, Manuel Heitor enalteceu a criação do Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos e desafiou os dois centros do Porto a fazerem com que a cidade se transforme numa «região de investigação biomédica».

Na opinião do ministro, no Porto «há condições para que os centros clínicos se tornem exemplos».

Manuel Heitor defendeu ainda que o IPO/Porto e outros hospitais da zona devem ser incluídos no trabalho a desenvolver pelos centros clínicos.

«Ao longo da última década, as instituições do ensino superior e científicas percorreram um trabalho sério de autonomia, e acredito que só com mais autonomia e mais responsabilização podemos ter mais investigação, melhor investigação», concluiu.