Portugal propõe aliança de países para «clarificar» preço de medicamentos para hepatite C 599

Portugal propõe aliança de países para «clarificar» preço de medicamentos para hepatite C
20-Maio-2014

O ministro da Saúde português sugeriu hoje na Assembleia Mundial da Saúde uma aliança de vários países para uma «maior clarificação dos preços» dos novos medicamentos para a hepatite C.

Durante o seu discurso em Genebra, na Assembleia da Organização Mundial da Saúde, a que a agência “Lusa” teve acesso, o ministro Paulo Macedo lembrou que os preços dos novos fármacos para a hepatite C «têm um considerável impacto no orçamento da saúde».

«Portugal está disponível para colaborar com os outros estados membros no sentido de resolver a situação concreta no que se refere à hepatite C, mas também a outras situações análogas. Desafiamos os outros estados membros a colaborar na implementação de medidas de melhor regulação e maior clarificação dos preços estabelecidos para os novos medicamentos e dispositivos médicos», afirmou Paulo Macedo.

Na semana passada, um estudo apresentado por um grupo de peritos indicou que Portugal deve adotar novos modelos de financiamento e negociação que garantam o acesso dos doentes com hepatite C aos medicamentos mais eficazes para a doença, que custa anualmente 70 milhões de euros.

«O novo grupo de fármacos permite a cura definitiva em mais de 90% dos doentes tratados», lembrava o Consenso Estratégico para a Gestão da Hepatite C em Portugal.

Na Assembleia Mundial da Saúde, o ministro Paulo Macedo reconheceu que o sistema de saúde «não é imune aos efeitos da austeridade», mas considerou que a maioria dos indicadores em Portugal continuam a «exibir uma tendência positiva».

Um dos exemplos dados foi a taxa de mortalidade infantil, que no ano passado foi inferior a três por mil nascimentos, e a mortalidade materna, que se situou em oito por 100 mil nascimentos vivos.

Paulo Macedo recordou ainda que Portugal se encontra no top 10 dos países com maior esperança de vida à nascença no sexo feminino.

«Apesar disto, assumimos aqui o compromisso de avaliar e monitorizar o impacto da crise económica nos indicadores de saúde», acrescentou.