Portugal vai ter mais 53 mil vacinas para hepatite A até ao fim do ano
09 de maio de 2017 Portugal vai ter até ao fim do ano mais 53 mil vacinas para a hepatite A, a juntar às cerca de 11 mil que ainda existem atualmente. O anúncio foi feito ontem em conferência de imprensa pelo diretor-geral da Saúde, Francisco George, que considerou que o país terá um stock de vacinas que será suficiente e confortável para lidar com o atual surto da doença, que ocorre também em vários países europeus. Estas 53 mil doses de vacinas chegarão de forma faseada até ao final do ano e juntam-se às 11 mil que há atualmente disponíveis. Assim, Portugal fica com cerca de 64 mil vacinas, cerca do dobro do que é administrado geralmente num ano. Havia no início do atual surto de hepatite A cerca de 12 mil vacinas, das quais foram administradas até agora cerca de 1.200. Têm sido administradas desde abril a um ritmo médio de 48 por dia, sendo que 97% foram dadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, aquela que concentra maior número dos 242 casos da doença até hoje. Cerca de 60% foram administradas a homens que têm sexo com homens, 38% a viajantes e 2% a contactos próximos (íntimos ou familiares) de doentes com hepatite A. Para incentivar e reforçar a vacinação, as autoridades de saúde criaram uma unidade móvel (uma ambulância do INEM) que durante algumas noites e madrugadas procurou vacinar a população com maior risco (homens que fazem sexo oro-anal com homens), avançou a “Lusa”. Foram vacinadas na zona do Bairro Alto, nesta unidade móvel, 314 pessoas em cinco noites. A responsável pelo Programa das Hepatites Virais da Direção-geral da Saúde (DGS), Isabel Aldir, diz que no futuro próximo as autoridades querem continuar o reforço da vacinação, antes dos festivais de verão e de encontros da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) em Portugal e em Espanha. Francisco George voltou a mostrar preocupação com estes encontros, indicando que até ao fim deste mês as autoridades vão preparar um “pacote de proteção” para prevenir a infeção a tempo dos festivais de verão. Embora não tenha esclarecido em que consistirá esse “pacote de prevenção”, Francisco George indicou que conterá material informativo no que se refere à prevenção das hepatites A e B e de outras doenças sexualmente transmissíveis, bem como a medidas de higiene pessoal. |