Português distinguido pela Associação Americana para Investigação do Cancro 493

Português distinguido pela Associação Americana para Investigação do Cancro

23 de Abril de 2015

Um investigador português na área de tratamento do cancro colorretal, antigo aluno da Universidade do Minho, foi distinguido com uma bolsa de 93 mil euros pela Associação Americana para a Investigação do Cancro.

Num comunicado enviado ontem à agência “Lusa” pela Universidade do Minho (UMinho), Noel de Miranda, ex-aluno de Biologia Aplicada, reconhece que a distinção «acarreta» uma «grande responsabilidade».

A investigação de Noel de Miranda «tem como principal objetivo o desenvolvimento de estratégias que estimulem o sistema imunitário de doentes com cancro colorretal para que as células tumorais possam ser identificadas e eliminadas pelo mesmo», explica o texto.

Segundo a UMinho, «o sistema imunitário tem a capacidade de reconhecer proteínas anormais produzidas pelas células cancerosas», mas «nos pacientes nem sempre se verifica uma resposta imunitária competente durante o desenvolvimento de cancro colorretal».

Assim, o estudo daquele investigador, propõe «utilizar as proteínas que se encontram modificadas nas células tumorais para estimular uma resposta imunitária contra as mesmas, algo semelhante ao que é feito através da vacinação contra certas doenças».

Noel de Miranda explica que «para isto ser possível, o material genético de cada cancro/paciente tem de ser analisado através de técnicas de sequenciamento avançadas, de forma a determinar que proteínas podem ser usadas para potenciar respostas imunitárias num contexto de medicina personalizada».

Desta forma, o objeto de estudo do trabalho intitulado “Desenvolvimento de imunoterapias personalizadas para doentes com cancro colorretal em estádio avançado” são indivíduos que desenvolvem este tipo de cancro antes dos 50 anos.

Quanto ao prémio, o investigador adianta que é «uma contribuição preciosa» para prosseguir a carreira nesta área e «adquirir independência», com o objetivo de se estabelecer o seu próprio grupo de investigação.