Portuguesa premiada por investigação sobre a doença de Alzheimer 10 de Novembro de 2015 A investigadora portuguesa Rita Guerreiro, da britânica University College of London (UCL), foi reconhecida com o prémio Fondazione Gino Galletti Neuroscience Prize 2015 pelo seu trabalho sobre doenças neurodegenerativas. O prémio, segundo a instituição italiana, foi atribuído pelo seu trabalho sobre as mutações do gene TREM2 e a relação com o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Este trabalho já tinha sido distinguido em janeiro com o Prémio Europeu do Jovem Investigador, atribuído pela Associação francesa para a Investigação sobre Alzheimer e Rita Guerreiro e, também este ano, venceu o prémio da Sociedade britânica de Investigação de Alzheimer e demência na categoria de “realização académica”. O geneticista John Hardy, o mais importante especialista britânico da doença de Alzheimer e também investigador na UCL, considerou a portuguesa «uma estrela em ascensão» na investigação da neurociência. «Ela encontrou o primeiro gene de Alzheimer em 15 anos e isso é uma descoberta revolucionária no meio», disse. A cientista disse à agência “Lusa” que estes prémios são importantes em termos de «prestígio» e contribuem para a evolução do estatuto profissional, atualmente em vias de passar de investigadora financiada pela Alzheimer Society ao quadro de pessoal da UCL. Natural de Estremoz, Rita Guerreiro, 35 anos, vive e trabalha no Reino Unido desde 2010, depois de realizar o doutoramento nos EUA, sempre acompanhada pelo também português e marido José Brás, com quem partilha a direção do laboratório. O prémio no valor de 10 mil euros atribuído pela fundação italiana é pessoal e não precisa de ser aplicado em investigação, mas Rita Guerreiro confessou que este tipo de financiamento pode ser útil a «projetos pessoais» paralelos ao seu trabalho. Recentemente, contou, foi contactada por uma família portuguesa que procurava diagnosticar a doença da filha, mas que estava com dificuldades em fazê-lo pelo sistema nacional de saúde português. «Aceitámos analisar o ADN e em três meses conseguimos fazer um diagnóstico e descobrimos que ela sofre de uma doença descoberta apenas em 2013, o Síndrome Schaaf-Yang/MAGEL 2, que afeta umas 19 crianças em todo o mundo», adiantou. «Já recebemos pedidos de outras famílias, mas não podemos responder sempre porque às vezes não temos os meios técnicos para o fazer», justificou. Rita Guerreiro lamentou que as famílias de crianças portuguesas com doenças raras tenham de pagar cinco a seis mil euros a um laboratório privado para obter um diagnóstico ou tenham de depender de estudos científicos feitos no estrangeiro. |