Portugueses criam novo método de diagnóstico do cancro do estômago 02 de dezembro de 2014 Dois investigadores portugueses, do Porto e de Lisboa, desenvolveram um novo método de diagnóstico do cancro difuso e hereditário do estômago que tem por base o recurso a imagens 2D. O método, no qual trabalharam a equipa de Raquel Seruca, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), e João Sanches, do Instituto Superior Técnico de Lisboa, baseia-se num algoritmo que permite, pela primeira vez, quantificar a proteína existente e perceber o risco que lhe está associado. «Quando há uma mudança na proteína, relativamente à localização ou à quantidade, é porque a sua função está perturbada, mas até aqui não conseguíamos quantificar isto. É isso que este algoritmo ajuda a fazer», explicou à agência “Lusa” Raquel Seruca. Sublinhando que nem sempre a existência de uma alteração na proteína é sinal de que a pessoa vá desenvolver cancro, a investigadora do IPATIMUP esclarece, por isso, que a grande vantagem deste algoritmo passa pela capacidade de «ajudar a separar as variantes que têm impacto e são de risco das que não o são». «Trata-se de um exame complementar, que visa melhorar o diagnóstico a este nível», sublinhou. Um diagnóstico que pode ser crucial, na medida em que, relativamente a este tipo de cancro, “em 80% dos casos em que essa mutação ocorre, resulta numa situação de cancro”, assegurou João Sanches, responsável pelo desenvolvimento do algoritmo. «Com base em imagens, conseguimos observar a concentração de proteína e, através de uma análise numérica, é possível dar informação ao médico do grau de funcionamento desta», salienta, frisando ainda que este método «permite aumentar o rigor e reduzir o tempo de análise [em que se percebe se a proteína continua ou não funcional]». De acordo com o estudo, publicado no “European Journal of Human Genetics”, o cancro gástrico é o quarto mais comum no mundo e o cancro difuso e hereditário do estômago, com elevada taxa de mortalidade, representa 3% dos casos. |