Portugueses dão nota positiva às farmácias durante a pandemia 1473

De acordo com um inquérito realizado em maio, pela empresa de estudos de mercado Spirituc, a pedido da Associação Nacional das Farmácias (ANF), denominado por “A farmácia comunitária em tempos de covid-19”, o desempenho do sector das farmácias durante a pandemia merece a avaliação positiva por parte dos portugueses.

Os resultados vieram a público no jornal “Expresso”, que avança que “as expectativas que os portugueses tinham na atuação das Farmácias (durante este período de pandemia) não saíram de todo goradas”, com 70% dos inquiridos a assumirem mesmo que viram as suas expectativas serem superadas”.

Este inquérito mostra que um dos serviços mais valorizados pelos inquiridos foi a possibilidade dos doentes terem disponíveis na sua farmácia, ou mesmo serem levados a casa, os medicamentos hospitalares sem terem que se deslocar aos respetivos hospitais, com 90% dos inquiridos a considerarem que “é muito importante a disponibilização de um serviço com estas características”.

Lembrar que esta medida só foi possível através da Operação Luz Verde, um serviço gratuito para os utentes e para os hospitais, que pretendeu garantir a continuidade dos tratamentos dos doentes, minimizando o risco de infeção de indivíduos muitas vezes já fragilizados ao se deslocarem aos hospitais. Esta iniciativa contou com o apoio institucional das Ordens dos Farmacêuticos e dos Médicos e o envolvimento das associações sectoriais.

No que respeita às deslocações feitas às farmácias, os inquiridos mostraram “níveis de satisfação nas suas deslocações à farmácia muito elevados” que são traduzidos nas altas pontuações atribuídas a diferentes parâmetros, como por exemplo, 84% na higiene e segurança.

Mas também a confiança na farmácia foi reconhecida. Na opinião dos inquiridos as farmácias foram o local que “indiscutivelmente transmitiu uma maior sensação de segurança aos cidadãos”, com 3/4 dos participantes no estudo a indicar que se sentiram muito seguros sempre que se deslocaram a uma farmácia, “contrastando claramente com qualquer uma das restantes instituições/locais avaliados onde essa sensação não vai além dos 40%”, tais como centros de saúde, consultórios, hospitais públicos e privados, bem como parafarmácias.

E esta confiança traduziu-se numa evolução positiva da imagem das farmácias, por todo o trabalho desenvolvido, com perto de 60% dos portugueses a apontarem que foi expressiva a melhoria, contra “apenas 2,4% que têm opinião oposta”.

Mas nem todos se deslocaram às farmácias. Mais de metade dos inquiridos (52%) indicou ter diminuído o número de deslocações à farmácia durante o período de pandemia, com 9,4% a afirmarem que deixaram mesmo de ir.

A análise indica mesmo que “se é verdade que 42,6% apenas não foram porque não necessitaram – cerca de 1/4 pode contar com o apoio de terceiros para o efeito – é preocupante o facto de 17,4% (92 indivíduos) terem reconhecido que preferiram adiar (ou mesmo cancelar) a compra dos medicamentos que deviam [comprar]”.

Este inquérito foi realizado online, entre os dias 20 e 26 de maio de 2020, através sistema CAWI (Computer Assisted Web Interview). Foram conseguidos 1009 respostas, com 57,2% mulheres, com mais de 64 anos (41%), no ativo (58%), residentes em Lisboa e Vale do Tejo (45,1%), com estudos superiores (50,7%), um rendimento entre os 751 euros e os 1350 euros (26,4%) e cujo agregado familiar é composto por duas pessoas (34,8%).